Brasil

Ciro Gomes defende adiamento de dívida de Estados com União

"Chama os governadores, eu vou pegar a parte da dívida dos municípios e dos Estados que vai vencer nos meus quatro anos

No plano, Ciro explica que deixaria 20% da receita de Pernambuco (Adriano Machado/Reuters)

No plano, Ciro explica que deixaria 20% da receita de Pernambuco (Adriano Machado/Reuters)

EC

Estadão Conteúdo

Publicado em 15 de setembro de 2022 às 16h11.

Como proposta para reformular o modelo de governança política no País, e reafirmar o pacto federativo, o candidato à presidência pelo PDT, Ciro Gomes, disse há pouco que pretende convocar governadores e propor o vencimento da dívida de Estados e municípios com a União para vinte anos após seu mandato, caso seja eleito.

"Chama os governadores, eu vou pegar a parte da dívida dos municípios e dos Estados que vai vencer nos meus quatro anos e boto para vencer só daqui a 20 anos", disse em entrevista à Rádio Jornal no Recife, em Pernambuco nesta quinta-feira, 15.

No plano, Ciro explica que deixaria 20% da receita de Pernambuco por exemplo, "que está indo pra Brasília todo mês", na mão do governador em troca, e somente se, a bancada federal do Estado "me der a reforma, porque eu preciso reformar a conta pública brasileira".

O pedetista afirmou que "isso é chave histórica", e o Brasil sempre acertou a mão quando atuou dessa forma, com "negociação de atacado, em cima da mesa, olhando pra todo mundo, o sol brilhando em cima, nada de futrica, de toma lá dá cá", completou.

"Eu proponho mudar a interlocução, redesenhar o pacto dos governadores e prefeitos, pegando os Estados que estão quebrados. Eu chamo os governadores e digo "olha está aqui a dívida de vocês, é R$ 600 bilhões, isso é menos de 60% da dívida pública do Brasil (atualmente em R$ 5,804 trilhões). Estou propondo certo? Estou propondo aqui para saber que tem saída, não é fácil e nem canetada, mas é uma nova forma de ver como se organiza a política", pontuou o presidenciável.

Centrão

Ao ser questionado sobre negociar com o Centrão, Ciro defendeu que o erro não é negociar. "A minha diferença é que eu vou negociar um projeto ao invés de negociar reeleição ou medo de CPI", ressaltou. "O deputado só respeita, mais do que o lobby, o prefeito e o governador que garante a sobrevivência eleitoral dele, por isso eu vou direto na fonte".

A troca da renegociação da dívida de Estado e dos município por apoio para aprovar seu projetos, segundo ele, facilitará o investimento, "com isso eu retomo o investimento público para dizer de onde vem os 5 milhões de emprego, mas eu consigo um apoio sistemático para um novo projeto para o País, protegendo o Brasil da desmoralização desse modelo de vender a Presidência da República para esses picaretas que estão dando as cartas no Brasil. Persistindo o impasse, eu não me vendo, eu não vergo a espinha, mando direto ao voto popular por um plebiscito", concluiu.

Veja também: 

Ciro Gomes critica autonomia do Banco Central

Ciro diz que teto protege dinheiro de bancos e que acabará com orçamento secreto

Acompanhe tudo sobre:Ciro Gomes

Mais de Brasil

Banco Central comunica vazamento de dados de 150 chaves Pix cadastradas na Shopee

Poluição do ar em Brasília cresceu 350 vezes durante incêndio

Bruno Reis tem 63,3% e Geraldo Júnior, 10,7%, em Salvador, aponta pesquisa Futura

Em meio a concessões e de olho em receita, CPTM vai oferecer serviços para empresas