Brasil

Ciro discorda da estratégia do PT de manter candidatura de Lula até o fim

"Se for correto o senso comum que a lei da ficha limpa vai prevalecer, o que está se promovendo é um grande teatro para comover o povo", disse o pedetista

Para o ex-governador, a tática "não respeita o momento grave" que o País está passando (Sergio Moraes/Reuters)

Para o ex-governador, a tática "não respeita o momento grave" que o País está passando (Sergio Moraes/Reuters)

EC

Estadão Conteúdo

Publicado em 27 de julho de 2018 às 19h14.

São Paulo - O pré-candidato do PDT à Presidência, Ciro Gomes, disse nesta sexta-feira, 27, discordar da estratégia do PT de manter, mesmo que sub judice, a candidatura do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva até as últimas consequências. Para o ex-governador, a tática "não respeita o momento grave" que o País está passando.

"Penso que a estratégia do PT não respeita o momento grave que a população brasileira está passando. Se for correto o senso comum que a lei da ficha limpa vai prevalecer, o que está se promovendo é um grande teatro para comover o povo brasileiro e lá na véspera da eleição, o Lula eleger outro presidente por procuração", disse. "E o Brasil aguenta outro presidente por procuração?"

As declarações foram feitas na entrevista que o ex-governador do Ceará concedeu ao programa Hora do Voto, da TV Gazeta, que será exibido no domingo, 29, às 23 horas. Nele, Ciro reiterou ser "nenhuma" a chance de aliança com o PT no primeiro turno, dada a estratégia traçada pelas suas lideranças. Ele ainda procurou desfazer um "mal entendido" ocorrido ontem, durante a convenção estadual do PDT, em que disse ser "antagônico" a Lula. "Quando digo que sou antagônico a Lula, não é que sou adversário, é que ele é candidato e eu também sou", completou.

Ciro, que tem acumulado polêmicas em torno de críticas ao Judiciário, disse ser favorável à Lava Jato, que observou ser "benfazejo" no sentido de combater a impunidade. "O que eu condeno são os abusos. O procurador não pode chamar a imprensa e fazer uma execração publica de algo que está sub judice através de um power point como foi feito. Aquele domingo com seis decisões judiciais foi uma baderna, é anarquia", notou. "O que disse que é que, se for eleito chefe do Estado Brasileiro, vou, em conjunto com o Judiciário, devolver cada poder ao seu talante."

Alianças

Após a gravação do programa, em rápida conversa com a reportagem, o pedetista negou que o seu partido - que ainda não anunciou nenhum aliança para o plano nacional este ano - esteja avaliando opções dentro para a sua vice dentro da própria legenda. Ciro ainda reiterou que vai esperar pelo apoio do PSB até o limite das convenções, 5 de agosto, mas sinalizou que não haverão outros acenos, como o dado ontem, quando o PDT declarou apoio a Marcio França em São Paulo. "Tudo o que precisava ser feito já foi feito", disse.

Acompanhe tudo sobre:Ciro GomesEleições 2018Luiz Inácio Lula da SilvaPDT

Mais de Brasil

Haddad: pacote de medidas de corte de gastos está pronto e será divulgado nesta semana

Dino determina que cemitérios cobrem valores anteriores à privatização

STF forma maioria para permitir símbolos religiosos em prédios públicos

Governadores do Sul e do Sudeste criticam PEC da Segurança Pública proposta por governo Lula