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Ciro chama Huck de "estagiário" e aposta que economia não vai melhorar

"Pelo amor de Deus, chega de mandar estagiário para a Presidência da República", disse sobre o apresentador Luciano Huck

Ciro Gomes: aposta de que Bolsonaro não termina o mandato (José Cruz/Agência Brasil)

Ciro Gomes: aposta de que Bolsonaro não termina o mandato (José Cruz/Agência Brasil)

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Da Redação

Publicado em 13 de outubro de 2019 às 12h12.

Última atualização em 13 de outubro de 2019 às 12h21.

Para o ex-governador do Ceará e ex-ministro Ciro Gomes (PDT), a economia não vai melhorar no ano que vem e o presidente Jair Bolsonaro (PSL) não terminará o mandato. Em entrevista ao jornal Folha de S.Paulo e ao portal UOL publicada neste domingo 13, disse que Bolsonaro implodiu rapidamente seu capital político e que, no sete de setembro do ano que vem, "ele não bota a cara na rua, porque a economia não vai mudar nada".

Ciro, contudo, acredita numa eventual renúncia de Bolsonaro, e diz que não é a favor de um impeachment. "Remédio para governo ruim e para a nossa frustração não é impedimento. O PSDB, por exemplo, percebeu a grande bobagem que fez com o impedimento da Dilma", disse.

Na entrevista, o político cearense disse ainda que eleger o apresentador Luciano Huck, que pode ser candidato à Presidência em 2022, seria o mesmo que "um estagiário" para a Presidência, diante da inexperiência do potencial candidato. "Pelo amor de Deus, chega de mandar estagiário para a Presidência da República", disse sobre Huck. "Aí vamos entregar a Presidência da República no olho do furacão da pior crise socioeconômica da história do Brasil a um grande malabarista?", completou. 

Ciro Gomes foi candidato à Presidência nas eleições 2018, e terminou com 12,47% dos votos no primeiro turno, em terceiro lugar, atrás de Bolsonaro (46,06% dos votos válidos) e Fernando Haddad (29,24%). O político saiu do pleito queimado ante parte da esquerda por não apoiar de forma contundente Haddad no segundo turno. Ciro não descarta se candidatar novamente em 2022.

Alguns nomes ligados à esquerda neste ano começaram a sinalizar que deveriam ter apoiado o ex-governador do Ceará em 2018, sendo os principais o governador da Bahia, Rui Costa (PT), e o ex-ministro da Educação no governo Dilma, Renato Janine Ribeiro.

Saída de Lula

Na entrevista deste domingo, Ciro também comentou sobre o imbróglio referente à saída do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva da prisão. Embora tenha direito ao semiaberto por ter cumprido um sexto da pena, o ex-presidente não quer deixar a Superintendência da Polícia Federal, em Curitiba, onde está preso desde abril do ano passado, pois quer ser inocentado completamente.

"Lula só faz política 24 horas por dia e está desmoralizando a Justiça que resta do Brasil", disse Ciro sobre o caso, afirmando que a presença de alguém em uma cadeia pública não é "voluntária". "No Brasil, agora, não tem mais lei. É tudo conveniência e o Lula sentiu, com esse instinto extraordinário que ele tem, que a Justiça brasileira está em xeque e resolveu tripudiar", disse. 

Ciro, que é formado em Direito pela Universidade Federal do Ceará, é historicamente crítico à prisão de Lula, e repetidas vezes criticou o processo referente ao ex-presidente, a Lava-Jato e o juiz Sergio Moro. Ciro voltou a criticar o atual ministro da Justiça, chamando-o de "analfabeto funcional de matéria de direito".

"Ou não é corrupção um juiz condenar um político, independentemente se esse político é ou não culpado, e depois aceitar ser ministro de quem ganhou a eleição, porque aquele outro não pôde participar da eleição? Isso é deplorável. Não existe esse tipo de precedente no mundo", disse o ex-governador.

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