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Cinco ministros despontam como novo núcleo duro de Dilma

A escolha de dois amigos gaúchos e do também camarada Jaques Wagner irá acirrar a disputa sobre o setor da Esplanada que irá influenciar mais as decisões


	Dilma cumprimenta Mercadante: até agora, o ministro da Casa Civil reinava sozinho como conselheiro direto da presidente
 (Ueslei Marcelino/Reuters)

Dilma cumprimenta Mercadante: até agora, o ministro da Casa Civil reinava sozinho como conselheiro direto da presidente (Ueslei Marcelino/Reuters)

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Da Redação

Publicado em 2 de janeiro de 2015 às 08h24.

Brasília - A escolha de dois amigos gaúchos - Miguel Rossetto na Secretaria-Geral da Presidência e Pepe Vargas nas Relações Institucionais - para ocupar gabinetes no Palácio do Planalto e do também camarada Jaques Wagner para a Defesa irá acirrar a disputa sobre o setor da Esplanada que irá influenciar mais as decisões da presidente Dilma Rousseff durante seu segundo mandato.

Até agora, o ministro da Casa Civil, Aloizio Mercadante, reinava sozinho como conselheiro direto da presidente. Os antigos titulares da articulação política e da Secretaria-Geral, Ricardo Berzoini, que foi escolhido para as Comunicações, e Gilberto Carvalho, que deixou o governo, eram considerados mais ministros do ex-presidente Lula do que de Dilma.

Mercadante, ao contrário, participou de todas as conversas com a presidente para a escolha dos novos ministros, fossem do PT, fossem de partidos aliados.

Ele foi também peça-chave na administração da crise durante as manifestações de rua de junho de 2013, quando a popularidade de Dilma despencou.

Atuou ainda ativamente na campanha à reeleição da presidente, dividindo a posição com Miguel Rossetto. Além de influenciar na governança durante os próximos quatro anos, ter a preferência presidencial pode ser determinante na escolha do próximo candidato à Presidência em 2018, caso o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva não entre na disputa.

Desejos

Mercadante, que foi candidato a vice na chapa de Lula, em 1994, sonha em ser o escolhido do PT e da presidente para a disputa numa eventual recusa do ex-presidente. O mesmo desejo tem Jaques Wagner.

De acordo com informações de pessoas próximas ao ex-governador baiano e agora ministro, ao convidá-lo para o Ministério da Defesa, a presidente Dilma afirmou que vai precisar dos conselhos dele no dia a dia da política.

Wagner decidiu lutar pela casa que o Patrimônio da União cedeu ao então ministro José Dirceu (Casa Civil) no primeiro governo de Lula, até surgir o escândalo do mensalão, que o derrubou.

A casa, que fica na Península dos Ministros, no Lago Sul, costuma ser reservada a um auxiliar que frequenta o gabinete presidencial. Mercadante mora no outro extremo, no Lago Norte.

O ex-governador se aproximou muito da presidente quando ambos foram ministros de Lula. Na campanha à reeleição, Wagner garantiu a Dilma a vitória no 4º maior colégio eleitoral do Brasil.

A presença marcante do ex-governador baiano nesta gestão também funcionará como uma ponte da presidente com a Nordeste.

Cardozo

Outro ministro que não despacha no Palácio do Planalto desponta como conselheiro da presidente. É o caso de José Eduardo Cardozo, que continuará à frente da Justiça. Dilma tem a intenção de indicá-lo para o Supremo Tribunal Federal.

Junto com os outros quatro ministros, Cardozo deverá participar do chamado "núcleo duro" do governo, que funcionará como uma espécie de comitê informal de aconselhamento presidencial, prometido para o segundo mandato por Dilma em nome do "diálogo" e como gesto de descentralização. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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