Roberto Campos Neto participa de reunião do FMI nos EUA (Divulgação/Divulgação)
Bloomberg
Publicado em 17 de abril de 2022 às 15h51.
Por Josue Leonel
Reunião anual do FMI e Banco Mundial, em Washington, reúne autoridades como Powell, Lagarde, Campos Neto e Guedes. Também haverá encontro do G20. Greve segue travando agenda de indicadores do BC. Cena corporativa traz Eletrobras no TCU e produção da Vale, em semana mais curta pelo feriado de Tiradentes na quinta-feira. PIB e eventual alívio monetário da China no radar.
O presidente do Fed, Jerome Powell, e sua colega do BCE, Christine Lagarde, participarão de painel do Fundo Monetário Internacional sobre a economia global no dia 21. A semana ainda contará com falas de outros dirigentes do Fed, como James Bullard e Charles Evans, e o livro bege do Fed, além de indicadores de produção industrial e de moradias nos EUA.
Commodities como o minério de ferro e o petróleo podem ter seus preços afetados por indicadores e possíveis medidas da China. A segunda maior economia do mundo divulgará o PIB do 1º trimestre no dia 17, com estimativa de +4,2% sobre o trimestre anterior, além de dados da indústria e do varejo em março. O Banco Popular da China usará seus instrumentos de política econômica com flexibilidade, pois visa garantir liquidez suficiente na economia, disse um alto funcionário da instituição. “Usaremos ferramentas de política monetária, incluindo a redução da alíquota de compulsório no momento apropriado”, disse Sun Guofeng, chefe do departamento de política monetária do PBoC.
Presidente do BC, Roberto Campos Neto, falará em evento da evento do FMI, em Washington, no dia 18. O ministro da Economia, Paulo Guedes, também participa dos eventos na capital americana. Na quarta-feira, está prevista a reunião de ministros de finanças e presidentes de BCs do G20. Os últimos comentários de Campos Neto levaram o mercado a apostar num aperto monetário mais prolongado, com precificação de alta adicional de 0,75 ponto percentual além de maio. Agenda de indicadores confirmados na próxima semana se limita ao IPC-S até 15 de abril e IGP-10. Indicadores do BC, como as projeções da pesquisa Focus e o IBC-Br, não estão sendo divulgados devido à greve dos funcionários. Os sindicatos falam em manter a paralisação mesmo após o governo decidir elevar os salários dos servidores em 5%, segundo fontes.
O mercado segue atento às pesquisas eleitorais, que mostraram um estreitamento da vantagem do ex-presidente Lula sobre Jair Bolsonaro após o ex-ministro Sergio Moro se afastar da disputa. Como o petista ainda mantém a liderança, os investidores também devem continuar de olho em notícias que possam sinalizar os rumos do seu eventual governo. O PT passou a sugerir que Lula revogue a reforma trabalhista, e não mais apenas a revise, segundo a Folha.
A temporada de resultados do 1º trimestre ganha força com relatório de produção da Vale, no dia 19, e o balanço da Usiminas nos três primeiros meses do ano, no dia seguinte. A privatização da Eletrobras está na pauta da reunião do TCU do dia 20. O conselho de administração da Petrobras Jose Mauro Ferreira Coelho como novo presidente. Ele assume após os dois CEOs anteriores terem sido afastados depois de críticas do presidente Jair Bolsonaro por reajustes dos combustíveis.
--Com a colaboração de Rachel Gamarski e Taís Fuoco.