Cerca de 85% dos cigarros ilegais vendidos no Brasil são produzidos no Paraguai (Zoonar RF/Getty Images)
Repórter
Publicado em 21 de maio de 2025 às 06h00.
O mercado ilegal de produtos no Brasil atingiu um novo patamar alarmante. Segundo o Anuário da Falsificação 2025, divulgado pela Associação Brasileira de Combate à Falsificação (ABCF), as perdas econômicas causadas por falsificação, contrabando, pirataria e sonegação fiscal somaram R$ 471 bilhões em 2024 — um crescimento de 27% em relação ao ano passado.
O prejuízo contabilizado em dólar ficou em US$ 83 bilhões em 2024, contra US$ 66 bilhões em 2023 - aumento de 34% no prejuízo. O cálculo leva em conta também a desvalorização cambial do período.
O Brasil conta hoje com 28 postos de fiscalização ao longo dos mais de 16 mil km de fronteiras.
O contrabando de cigarros segue como um dos maiores desafios econômicos e de saúde pública do Brasil. De acordo com o Anuário da Falsificação 2025, o setor de cigarros ilegais causou um prejuízo estimado de R$ 10,5 bilhões em 2024.
Segundo a Receita Federal, os cigarros continuam sendo o produto mais apreendido no país, representando 40% do total de mercadorias confiscadas em 2024. Apenas no último ano, foram R$ 2 bilhões em apreensões de cigarros.
Cerca de 85% dos cigarros ilegais vendidos no Brasil são produzidos no Paraguai e entram no país por meio de rotas de contrabando nas fronteiras com o Paraná e o Mato Grosso do Sul. Esses produtos chegam ao consumidor final com preços até 60% mais baixos que os cigarros nacionais.
O relatório também destaca o crescimento das apreensões de cigarros eletrônicos, que saltaram de R$ 61,8 milhões em 2023 para R$ 179,4 milhões em 2024 — um aumento de 190%. Apesar da proibição da comercialização desses dispositivos pela Anvisa desde 2009, o consumo segue em alta, especialmente entre jovens.
Antes da pandemia, o comércio ilegal online representava cerca de 10% do total de produtos falsificados, de acordo com a ABCF. Com a digitalização acelerada do consumo, esse número mais que triplicou.
O avanço do comércio eletrônico no Brasil trouxe conveniência e crescimento para o varejo digital, mas também abriu espaço para um fenômeno preocupante: a explosão da venda de produtos falsificados e contrabandeados por meio de plataformas de e-commerce e redes sociais.
Segundo o documento da ABCF, 36% dos produtos ilegais vendidos no país são comercializados online, o que representa um prejuízo estimado em mais de R$ 100 bilhões por ano.
Entre os itens mais vendidos ilegalmente online estão: