Protesto: no último mês, mobilizações contra as queimadas na Amazônia chamara a atenção do mundo (Nacho Doce/Reuters)
Clara Cerioni
Publicado em 20 de setembro de 2019 às 07h00.
Última atualização em 20 de setembro de 2019 às 07h01.
São Paulo — Brasileiros de várias regiões do país aderem nesta sexta-feira (20) ao movimento mundial da "Greve Global pelo Clima", com o objetivo de pressionar políticos e autoridades por respostas efetivas para conter as mudanças climáticas que atingem todo o mundo.
Inspirada pelo "Fridays for Future", da ativista ambiental sueca Greta Thunberg, a mobilização foi proposta por seguidores do movimento no Brasil. Mais de quarenta cidades já confirmaram protestos e passeatas durante todo o dia.
"Vocês tão (sic) sentindo o climão? Não adianta mais fingir que não está acontecendo, só olhar e não fazer nada, chegou no limite! Tá rolando um climão climático, a tão falada crise climática. É uma emergência e precisamos agir com urgência", diz um texto publicado no site do Fridays for Future no Brasil, chamando para a greve global.
Ativistas ambientais, professores universitários e políticos brasileiros aderiram à campanha nas redes sociais, por meio da hashtag #GreveGlobalPeloClima.
Durante toda a semana, a ex-ministra do Meio Ambiente Marina Silva convocou seguidores para a mobilização de hoje. "Nossa presença nas ruas é uma forma de dizer que queremos dar um basta nessa política de retrocessos socioambientais no Brasil", escreveu.
Nós avisamos dos riscos das mudanças climáticas para o nosso planeta e nosso bem-estar. A ciência é muito clara: o aquecimento do sistema climático é inequívoco. Amanhã, 20/09, todos juntos nas ruas exigindo dos governos respostas imediatas. #GreveGlobalPeloClima pic.twitter.com/0xzkvsL4zK
— Marina Silva (@MarinaSilva) September 19, 2019
A mobilização também conta com apoio de Fernanda Melchionna, deputada federal do PSOL pelo Rio Grande do Sul.
🗣 A crise climática pela qual passa o mundo já dá sinais de suas consequências negativas para o modo de vida no planeta. Se nada mudar, caminhamos para um aumento de 4ºC de aquecimento global até 2100 e teremos mais lixo que peixes em 2050 nos oceanos. #GreveGlobalPeloClima pic.twitter.com/s3uyPnwkni
— Fernanda Melchionna (@fernandapsol) September 19, 2019
Além das questões de aquecimento global, emissão de gases estufa e derretimento de geleiras, os atos no Brasil também vão abordar as recentes queimadas na Amazônia, que repercutiram mundialmente no último mês.
Nesta semana, um grupo de 230 investidores internacionais, com ativos sob gestão de US$ 16,2 trilhões, pediu em carta pública uma “ação urgente” para conter os “incêndios devastadores”, com as queimadas em crescimento por causa do desmatamento em “taxa alarmante” no Brasil e na Bolívia.
Entre janeiro e agosto deste ano, o desmatamento na Amazônia brasileira praticamente dobrou, totalizando 6.404,4 km², frente aos 3.336,7 km² no mesmo período de 2018, uma alta de 91,9%, segundo dados oficiais provisórios pelo sistema Deter de alertas de satélite do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe).