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Cidades no Ceará têm alta infestação por Aedes aegypti

O risco de surto é quantificado a partir do Índice de Infestação Predial (IPP), que relaciona os imóveis com infestação com o total de imóveis pesquisados


	Aedes aegypi: a assessora técnica disse que esse dado tem relação com famílias que armazenam água em casa para uso diário
 (Mario Tama/Getty Images)

Aedes aegypi: a assessora técnica disse que esse dado tem relação com famílias que armazenam água em casa para uso diário (Mario Tama/Getty Images)

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Da Redação

Publicado em 13 de maio de 2016 às 16h40.

Dos 82 municípios do Ceará que fizeram o Levantamento Rápido de Índice de Infestação para Aedes aegypti no primeiro trimestre de 2016, 26 deles apresentam risco de surto de doenças transmitidas pelo mosquito transmissor da dengue, chikungunya e zika vírus.

O risco de surto é quantificado a partir do Índice de Infestação Predial (IPP), que relaciona o número de imóveis com infestação do mosquito com o total de imóveis pesquisados. Cidades com IPP acima de 4% são consideradas de alto risco.

O topo da lista de municípios nessa situação é encabeçada por Canindé, no Norte do estado, com IPP de 16%, seguido por Quixeramobim, no Sertão Central, com 15,2%, e Caridade, também no Norte, com 13,3%. A informação foi divulgada ontem (12) pela Secretaria da Saúde do Ceará.

Segundo a assessora técnica do Núcleo de Controle de Vetores da Secretaria da Saúde, Richristi Gonçalves, o alto índice de infestação dos 26 municípios não significa que essas cidades têm muitos casos de dengue, chikungunya e zika.

“Não há uma relação direta entre um fator e outro. Porém, a alta infestação é um indicativo de risco. O fato de haver índices elevados faz com que a gente redirecione as ações de combate ao mosquito. Elas precisam ocorrer de forma mais intensa agora.”

O levantamento do primeiro semestre de 2016 também revela que metade dos focos de Aedes aegypti são encontrados em reservatórios localizados ao nível do solo, como barris, poços. tanques e tinas.

A assessora técnica disse que esse dado tem relação com famílias que armazenam água em casa para uso diário.

“Isso acontece principalmente em municípios onde o abastecimento é irregular, e mesmo onde não há essa irregularidade, pois as pessoas têm o temor de que falte água. A cultura de armazenar água não é o problema. A questão é ter esse depósito desprotegido, facilitando a entrada do mosquito para pôr seus ovos.”

O levantamento é recomendado para cidades com mais de 2 mil imóveis em suas zonas urbanas, e com periodicidade trimestral. No Ceará, 162 dos 184 municípios se encaixam nesse perfil.

No levantamento feito em novembro de 2015, 39 participaram e 7 apresentaram IPP acima de 4%.

Um desses era Tauá, a 342 quilômetros da capital, que estava com índice de infestação predial de 15%. Neste último estudo, apesar de ainda figurar no ranking de alto risco, a cidade reduziu sua infestação para Aedes aegypti para 4,8%.

A capital Fortaleza tem IPP de 2% e está na lista de municípios com médio risco (IPP entre 1% e 3,9%), junto com outros 32. Já as cidades que possuem baixo risco de surto (abaixo de 1%) somam 23. Desses, 9 municípios possuem IPP igual a zero.

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