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Cidades no Brasil enfrentam níveis de umidade do ar iguais ou inferiores ao do Saara

Temperaturas ultrapassaram os 40°C no Centro-Oeste; no interior de São Paulo e Minas Gerais, o termômetro chegou a 39°C

Brasil sofre com seca histórica e qualidade do ar tem ficado cada vez pior. (AFP Photo)

Brasil sofre com seca histórica e qualidade do ar tem ficado cada vez pior. (AFP Photo)

Da Redação
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Redação Exame

Publicado em 5 de setembro de 2024 às 06h26.

Última atualização em 5 de setembro de 2024 às 10h41.

O Brasil enfrenta uma das maiores secas de sua história recente, somada a uma onda de calor que tem elevado as temperaturas e reduzido a umidade do ar a níveis críticos. De acordo com o Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet), pelo menos 244 cidades brasileiras registraram, na última terça-feira, 3, umidade relativa do ar igual ou inferior à observada no deserto do Saara, conhecido por seus níveis extremamente baixos de umidade. A reportagem é do G1.

Em algumas regiões, como o Mato Grosso e Mato Grosso do Sul, as temperaturas ultrapassaram os 40°C, enquanto no interior de São Paulo e Minas Gerais, o termômetro chegou a 39°C. Especialistas alertam para o risco de o Brasil figurar entre os países mais quentes do mundo nesta semana, devido à combinação de calor intenso e a prolongada ausência de chuvas.

Cidades enfrentam níveis de umidade piores que o Saara

No deserto do Saara, localizado no norte da África, a umidade relativa do ar varia entre 14% e 20%. No Brasil, várias cidades apresentaram índices ainda mais baixos, agravando a situação de quem já enfrenta o calor extremo. No estado de São Paulo, por exemplo, cidades como Barretos, Marília e Tupã registraram uma umidade de apenas 7%, um cenário desértico que afeta diretamente a saúde da população.

Além disso, dez cidades brasileiras, incluindo regiões de Minas Gerais e Goiás, se aproximaram dos índices do deserto do Atacama, no Chile, considerado o mais seco do mundo, onde a umidade pode chegar a 5%. Nesses municípios, o índice de umidade caiu para alarmantes 7%.

Crise climática

A atual crise de umidade no Brasil tem como principal fator a estação seca, comum nesta época do ano, que se estende até outubro. No entanto, três fatores principais estão tornando a situação ainda mais grave:

  • Seca histórica: Diversos estados estão enfrentando uma das piores secas já registradas, com municípios sem chuva por mais de cem dias, de acordo com o Centro Nacional de Monitoramento e Alertas de Desastres Naturais (Cemaden).
  • Onda de calor intensa: Com a chegada de uma onda de calor, as temperaturas dispararam em várias regiões do país, contribuindo para a evaporação da umidade já escassa.
  • Bloqueios atmosféricos: O fenômeno dos bloqueios atmosféricos impede que frentes frias avancem pelo país, resultando na ausência de chuvas e na intensificação do calor.

Essa combinação de fatores provoca uma queda drástica na umidade do ar, afetando diretamente a saúde da população e dificultando atividades diárias.

Saúde pública

De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), a umidade ideal para o corpo humano varia entre 40% e 70%. Quando esse índice cai para 30%, já é considerado um cenário de alerta, com impactos diretos na saúde, como o agravamento de problemas respiratórios, dores de cabeça, ressecamento dos olhos e cansaço. Indivíduos com doenças respiratórias, como asma e bronquite, são os mais afetados, já que a falta de umidade compromete as vias aéreas e pode intensificar os sintomas dessas doenças.

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