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Cidades brasileiras têm atos do Dia Internacional da Mulher

No Rio, mulheres protestaram contra o machismo, o governo Temer, a reforma da Previdência e cobraram a legalização do aborto e outros direitos

Dia da Mulher: em Brasília, centenas de manifestantes fizeram uma marcha a favor da igualdade de gênero (Paulo Whitaker/Reuters)

Dia da Mulher: em Brasília, centenas de manifestantes fizeram uma marcha a favor da igualdade de gênero (Paulo Whitaker/Reuters)

EC

Estadão Conteúdo

Publicado em 8 de março de 2018 às 22h13.

Brasília e Rio - Milhares de pessoas participaram da Marcha Mundial das Mulheres pelo País nesta quinta-feira, 8 de março, Dia Internacional da Mulher. No Rio de Janeiro, a manifestação se concentrou ao redor da Igreja da Candelária, na região central da cidade. Mesmo sob intensa chuva, os manifestantes fizeram discursos e caminharam pela Avenida Rio Branco e pelas Ruas da Assembleia e 1º de Março, até a Praça 15, ponto final do ato. Durante todo o trajeto, protestaram contra o machismo, o governo de Michel Temer (MDB), a reforma da Previdência e cobraram a legalização do aborto e outros direitos.

Organizado por um coletivo, o ato reuniu diversas entidades estudantis e da sociedade civil, além de partidos políticos de esquerda. Desde a concentração até o fim do ato, os discursos foram pelos direitos das mulheres e de críticas ao governo. Policiais militares acompanharam a manifestação, que transcorreu pacificamente até as 20h30.

Entre os coros e as músicas entoadas havia uma paródia de Cabeleira do Zezé, marchinha de João Roberto Kelly: "Olha como luta essa mulher/Será que ela é?/Será que ela é? Livre!/Será que ela é recatada?/Será que ela é bela e do lar?/Parece que é feminista/E tá na rua pra lutar!".

Também foram entoados coros contra a Polícia Militar, contra a intervenção federal na segurança pública do Estado do Rio e pelo direito ao aborto. Em faixas e cartazes, as cobranças e críticas eram semelhantes. "Hoje é um dia especial, mas nossa luta é diária. A gente tem dupla jornada, cuida do filho e ganha menos. Temos que mudar isso", afirmou Maria Antônia Rangel, de 17 anos, estudante do ensino médio.

"A gente briga, cobra igualdade, aí vem esse presidente e diz que mulher é bom pra controlar os preços do supermercado. Não pode, temos as mesmas capacidades e responsabilidades dos homens", reclamou a universitária Renata Nunes, de 22 anos, que cursa Arquitetura na Universidade Federal Fluminense (UFF).

Durante discurso há exatamente um ano, em 8 de março, Temer exaltava as mulheres quando afirmou que "ninguém mais é capaz de indicar os desajustes de preços no supermercado do que a mulher".

Brasília

Já em Brasília, centenas de manifestantes fizeram uma marcha a favor da igualdade de gênero e do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). Segundo estimativa da Polícia Militar do Distrito Federal, 700 pessoas caminharam do Museu da República até o Congresso Nacional, aos gritos de "Fora, Temer".

Sob forte chuva, as manifestantes utilizam um carro de som para protestar. Por causa do ato, a segurança do Congresso foi reforçada durante todo o dia e o acesso à entrada principal foi bloqueado. Além dos policiais que acompanham a manifestação, carros da Polícia Militar e até a cavalaria cercam a área.

Diversas manifestantes do PT e do Movimento dos Sem Terra (MST) carregavam cartazes a favor da candidatura do ex-presidente Lula à presidência da República. As participantes entoaram palavras de ordem a favor do ex-presidente e defenderam que não há provas para condená-lo.

Elas também protestam contra a desigualdade de gênero, o programa Escola Sem Partido e a criminalização do aborto. Defendem ainda os direitos da comunidade LGBT.

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