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Cidade indígena possui 5º pior IDH do Brasil

Segundo IBGE, Uiramutã, que fica na tríplice fronteira do Brasil com Venezuela e Guiana, teve um IDH de 0,453 (desenvolvimento muito baixo)

Fronteira Brasil-Venezuela-Guiana, no Monte Guyana: ao norte de Roraima, Uiramutã tem mais de 88% da população composta por índios (Wikimedia Commons)

Fronteira Brasil-Venezuela-Guiana, no Monte Guyana: ao norte de Roraima, Uiramutã tem mais de 88% da população composta por índios (Wikimedia Commons)

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EFE

Publicado em 9 de agosto de 2013 às 22h26.

Última atualização em 27 de janeiro de 2020 às 12h38.

São Paulo - Com mais de 88% da população composta por índios, segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), o município de Uiramutã, em Roraima, tem o quinto pior IDH do país, conforme dados do Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (Pnud).

Ainda de acordo com a avaliação do Pnud, a cidade, que fica na tríplice fronteira do Brasil com Venezuela e Guiana, teve um IDH de 0,453 (desenvolvimento muito baixo).

O resultado é bem inferior à média nacional de 0,727 e do IDH da cidade de São Caetano do Sul, considerado o melhor índice brasileiro, com avaliação de 0,862.

O IDH leva em consideração o acesso à educação, renda (PIB per capita) e mortalidade.

De acordo com Cléber Buzzato, secretário executivo do Conselho Indigenista Missionário (ONG que defende a demarcação de terras indígenas no país), o baixo desenvolvimento humano na região de Uiramutã é reflexo de um processo histórico de espoliação.

"No caso especifico da (área indígena de) Raposa Serra do Sol (que engloba Uiramutã e outros municípios), esses índios tiveram suas terras colonizadas durante décadas. A posse efetiva por parte dos povos indígenas é extremamente recente", disse Buzzato à Agência Efe, referindo-se à reserva cuja demarcação foi objeto de disputa no Supremo Tribunal Federal (STF) em 2009.

Buzzato destaca ainda a falta de políticas públicas para a sustentabilidade dos povos indígenas. "O Governo Federal liberou neste Plano Safra de 2013/2014 uma linha de apoio para o agronegócio que soma R$ 136 bilhões em créditos com juros subsidiados para os fazendeiros, e para os povos indígenas não há uma linha de crédito sequer" disse à Efe.

Em mensagem para marcar o dia internacional dos povos indígenas nesta sexta-feira, o secretário geral da ONU, Ban Ki-moon lembrou os compromissos dos Objetivos do Milênio para os povos indígenas.

"Peço que os Estados-Membros tomem medidas concretas para combater os desafios que enfrentam os povos indígenas, especialmente sua marginalização e exclusão, honrando todos os compromissos e examinando o que mais pode ser feito", afirmou Ban.

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