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Cidade gaúcha vive surto de milionários de loteria

Apenas em março, três prêmios máximos da Lotofácil, que distribuíram mais de R$ 3 milhões, saíram para Caxias do Sul. A chance de sucesso de cada aposta é de uma em 3,2 milhões


	Cidade de Caxias do Sul (RS): três cidadãos sorteados com o prêmio máximo da Lotofácil em um mês
 (Luiz Chaves/Divulgação/Prefeitura)

Cidade de Caxias do Sul (RS): três cidadãos sorteados com o prêmio máximo da Lotofácil em um mês (Luiz Chaves/Divulgação/Prefeitura)

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Da Redação

Publicado em 9 de abril de 2013 às 15h24.

São Paulo – Tem valido a pena ser morador de Caxias do Sul, no Rio Grande do Sul, e jogar na loteria. Apenas em março, três apostadores da cidade gaúcha levaram o prêmio máximo da Lotofácil, a segunda modalidade mais jogada pelos brasileiros depois da Mega-Sena. O valor distribuído alcança 3,3 milhões de reais. A chance de qualquer cidadão ganhar na aposta padrão, de 15 números, é bem baixa: uma em 3,2 milhões. O raio caiu três vezes no mesmo lugar.

O fato repercutiu bem na cidade, que ganhou três milionários, sem muito esforço, em apenas um mês. Na verdade, foram 2,5 milionários – um deles teve de dividir a aposta. Assim, o felizardo do concurso 880 ficou “somente” com 440.896 mil reais, outro (do concurso 884) levou, sozinho, 1,449 milhão de reais, enquanto o último (886) levou para casa 973 mil no último dia 30 de março.

“Quando só saía bastante para o Rio e São Paulo, a gente se perguntava: “quando é que vai sair para cá? Agora já saiu três vezes”, alegra-se Marina Krachenski , gerente de uma lotérica no bairro de Lurdes, no município gaúcho.

Assim como o negócio de Marina, todas as casas se beneficiam quando uma onda de sorte como essa varre uma cidade. “Saiu nos jornais. Teve bastante repercussão. Agora o pessoal joga mais. É difícil sair, então ter saído três vezes motiva o pessoal”, afirma a gerente.

Pelas estatísticas, é difícil explicar a sorte de Caxias do Sul, que concentra apenas 0,2% da população brasileira, com seus 435 mil habitantes, de acordo com dados do IBGE.

Questionada por EXAME.com se haveria registros anteriores de casos parecidos, a Caixa alegou que não pode fazer tal levantamento - nem saber quantas vezes Caxias do Sul levou a Mega-Sena - porque os funcionários não podem ficar mexendo no filtro do sistema de loterias, para evitar fraudes e problemas com os órgãos de controle. 

Fraude?

Na internet, episódios assim levam ao aparecimento de dúvidas sobre a licitude dos sorteios da Caixa Econômica.

A última denúncia veio após a Mega da Virada deste ano, que entregou quase 245 milhões de reais. Um rapaz teria adiantado em uma rede social, 15 dias antes, que o ganhador  do maior prêmio da história seria de Aparecida de Goiânia (GO), que foi de fato uma das três contempladas.


Contra essa e outras desconfianças, a Caixa afirma que todos os processos de sorteio e apuração passam pelo controle do Tribunal de Contas da União (TCU) e da Controladoria Geral da União (CGU).

“Os sorteios das Loterias Federais são realizados em lugares abertos, com a presença e participação da população local e de órgãos de imprensa”, afirma o banco. Segundo a Caixa, uma série de procedimentos impede a adulteração dos dados das apostas efetuadas.

O cerne da questão defendida pelo estatal é que, dada a própria natureza dos jogos - aleatórios - o destino pode aplicar pegadinhas como essas. Ou coincidências, para ser mais preciso.

Por enquanto, o povo de Caxias do Sul apenas aguarda um quarto raio na cidade. 

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