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Cidade de SP vai usar dados de táxi no controle do trânsito

Trânsito de SP: as empresas que exploram o serviço com as ferramentas para celular serão obrigadas a se credenciar para continuar a prestar o serviço


	rânsito de SP: as empresas que exploram o serviço com as ferramentas para celular serão obrigadas a se credenciar para continuar a prestar o serviço
 (Fernando Moraes/Veja São Paulo)

rânsito de SP: as empresas que exploram o serviço com as ferramentas para celular serão obrigadas a se credenciar para continuar a prestar o serviço (Fernando Moraes/Veja São Paulo)

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Da Redação

Publicado em 10 de dezembro de 2015 às 10h43.

São Paulo - A Prefeitura de São Paulo vai usar dados de aplicativos de táxis para monitorar o trânsito da capital. As empresas que exploram o serviço com as ferramentas para celular serão obrigadas a se credenciar para continuar a prestar o serviço.

Elas terão de fornecer à administração informações sobre pontos de embarque e desembarque dos passageiros, os trajetos dos taxistas, o tempo das viagens e a avaliação dos usuários.

Os primeiros veículos a ter os dados dos aplicativos compartilhados com a gestão Fernando Haddad (PT) serão os 5 mil novos táxis pretos. Hoje, a Secretaria Municipal de Transportes faz o sorteio das licenças, com 27.691 inscritos. O resultado será divulgado até o dia 22.

De acordo com Ciro Biderman, chefe de gabinete da pasta e coordenador do Laboratório de Mobilidade Urbana e Protocolos Abertos (MobiLab), após a troca de informações com os novos veículos com ar-condicionado, bancos de couro e cobrança por trajeto (e não por bandeirada), o compartilhamento de dados será expandido para todos os 33 mil veículos da frota da capital.

"Passo a ter uma ótima ferramenta, porque, além de GPS dos ônibus e dos radares, posso ter um dado bem mais capilar que pode me indicar a velocidade (do tráfego) em tempo real e um problema na rua. São mais 5 mil sensores que estarão andando pela cidade", explicou Biderman.

Ele cita como exemplo a possibilidade de conhecer os gargalos no trânsito da capital e repensar a permissão de estacionamento em ruas da cidade. "Posso verificar se há vias estranguladas, onde o estacionamento é permitido. É impossível saber todos os detalhes, principalmente porque (o trânsito) é dinâmico. Uma via que aguentava 6 mil veículos há seis meses pode não suportar hoje", afirmou.

Segundo Biderman, os dados dos passageiros serão preservados, mas as avaliações, com notas que vão de 1 a 5, serão usadas pela Prefeitura para punir taxistas.

A forma como isso será feito está em estudo, uma vez que a administração teme que motoristas rivais façam reclamações de colegas para prejudicá-los.

Divididas

As empresas Easy Taxi e 99Taxis têm opiniões distintas sobre o compartilhamento de informações com a Prefeitura, porque a administração municipal entende que os dados devem ser públicos.

Segundo Dennis Wong, da Easy Taxi, a empresa corre risco de perder valor de mercado. "São dados que a gente pode vender para provedores de mapas. Perder esse valor é prejudicial para o nosso negócio", afirmou.

Ele concorda em repassar os dados para a Prefeitura, desde que isso seja feito com três meses de atraso. "A Prefeitura teria dados suficientes para fazer o planejamento da cidade", disse.

Pedro Somma, gerente de Operações da 99Taxis, diz que é positivo dividir os dados com o poder municipal e que isso não vai causar prejuízos à empresa.

A troca de informações, afirma, pode ser benéfica também para os taxistas. "É uma postura boa da Prefeitura de saber que os aplicativos têm um papel fundamental. A gente também atua em cima do táxi. Se a gente percebe que o taxista não melhora, ele é retirado do aplicativo."

Para Luiza Balthazer, advogada especializada em Direito Eletrônico, a Prefeitura pode usar os dados de rota, desde que não exija informações de marketing das empresas. "O que não pode é a Prefeitura ter acesso ao perfil dos passageiros, que é usado pelas empresas em ações internas e comerciais", afirmou.

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