Marielle: as investigações do caso, segundo Jungmann, estão perto do fim (Ricardo Moraes/Reuters)
Da Redação
Publicado em 11 de maio de 2018 às 06h32.
Última atualização em 11 de maio de 2018 às 07h19.
CIA: Geisel autorizou execuções
Um memorando da CIA, a agência de inteligência dos Estados Unidos, revelado nesta quinta-feira, mostra que o ex-presidente Ernesto Geisel soube e autorizou a execução de opositores do regime militar. O documento foi feito em 1974 pelo ex-diretor da CIA William Egan Colby e destinado ao então secretário de Estado americano, Henry Kissinger. Segundo o documento, o general Milton Tavares de Souza, que chefiava o Centro de Inteligência do Exército, informa Geisel sobre a execução de 104 pessoas durante o governo de Emílio Garrastazu Médici e pede autorização para continuar com a prática de extermínio. Geisel autoriza, mas pede para ser consultado pessoalmente para autorizar os assassinatos. O Exército Brasileirou afirmou que não tem mais os documentos citados, e que não pode confirmar sua veracidade.
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PGR pede abertura de 80 investigações
A procuradora-geral da República, Raquel Dodge, encaminhou ao ministro Edson Fachin, do Supremo Tribunal Federal (STF), um pedido de autorização para abrir 80 investigações a partir de informações complementares das delações premiadas de executivos e diretores do grupo J&F, entregues no fim de agosto de 2017. A maioria dos relatos refere-se a casos que já são objeto de apuração, mas também há indicação de fatos ainda desconhecidos, o que poderá gerar a instauração de novos procedimentos. Caberá a Fachin autorizar tais medidas. Na lista, segundo o documento remetido ao STF, constam termos de colaboração que envolvem o presidente Michel Temer (MBD), os ex-presidentes Luiz Inácio Lula da Silva e Dilma Rousseff, ambos do PT, e o senador Aécio Neves (PSDB-MG).
Caso Marielle: PM envolvidos
Dois policiais militares, um deles afastado e outro ainda na ativa, participaram do assassinato da vereadora Marielle Franco (PSOL) e seu motorista Anderson Gomes, no Rio de Janeiro, segundo o jornal O Globo. O policial da ativa está lotado no 16º BPM, de Olaria. O ex-PM era do batalhão da Maré e hoje seria integrante de uma milícia que atua na região de Ramos. Ambos foram mencionados no depoimento da testemunha-chave da investigação, feita pela Delegacia de Homicídios, da Polícia Civil. A dupla estava com outros dois homens no Cobalt preto usado no crime. Os outros dois passageiros seriam pessoas ligadas ao miliciano Orlando Oliveira de Araújo, o Orlando de Curicica, que atua na zona oeste. Ainda segundo a testemunha, Orlando de Curicica participou da trama para assassinar a vereadora em parceria com o vereador Marcello Siciliano (PHS), que negou envolvimento. A simulação do crime foi feita na madrugada desta sexta-feira e envolveu 200 agentes.
Alívio para Alckmin
Segundo o jornal O Globo, o procurador-geral de São Paulo, Gianpaolo Smanio, requisitou à Promotoria do Patrimônio Público e Social o inquérito que investiga o ex-governador Geraldo Alckmin (PSDB) por improbidade administrativa, com base nas delações de executivos da Odebrecht. Com o pedido, Smanio, que foi indicado por Alckmin ao cargo em lista tríplice, poderá decidir quem será o responsável pelas investigações contra o ex-governador, até lá o caso ficará parado. Smanio justificou o pedido com o argumento de que a Lei Orgânica do Ministério Público de São Paulo determina que governadores, no exercício do mandato, sejam investigados na esfera cível pelo procurador-geral de Justiça. Caso seja condenado, Alckmin, que é candidato à Presidência da República nas eleições de outubro, poderá perder os direitos políticos.
Vice da produção
O empresário controlador da CSN, Benjamin Steinbruch, filiou-se ao Partido Progressista (PP) e pode agora virar candidato a vice na chapa de Ciro Gomes (PDT-CE), segundo o jornal O Estado de S. Paulo. O empresário negou ao jornal que tenha sido convidado a ser vice. “Eu ficaria muito honrado, mas não fui convidado”, foram as palavras dele. No entanto, quatro fontes disseram ao jornal que Steinbruch se filiou ao PP em 4 de abril, três dias antes do final da janela partidária, o prazo final para quem quisesse concorrer nas eleições deste ano. A articulação foi feita pelo próprio Ciro Gomes, que é amigo de Steinbruch há mais de 20 anos, e pelo presidente do PP, Ciro Nogueira. Em entrevista, o próprio Ciro afirmou que busca um vice “da produção, ligado ao Sudeste”, perfil que se encaixa com Steinbruch.
Abaixo da meta
A inflação no Brasil foi de 0,22% em abril, segundo informou o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) nesta quinta-feira. A taxa superou o 0,09% registrado em março e também ficou acima do 0,14% de abril de 2017, mas veio abaixo do previsto pelo mercado. O acumulado dos últimos 12 meses está em 2,76%, também uma aceleração em relação aos 2,68% registrados nos 12 meses imediatamente anteriores. Mas a inflação segue abaixo do piso da meta, já que o governo deve perseguir para 2018 uma taxa de 4,5% com tolerância de 1,5 ponto percentual para baixo (3%) ou para cima (6%). No acumulado de 2018 até agora, a inflação está em 0,92%, menor nível para o período desde a implantação do Plano Real. Segundo análise divulgada hoje pelo banco americano Goldman Sachs, os números do IPCA seguem apoiando mais um corte da Selic na próxima quarta-feira (16) mesmo com a instabilidade financeira global.
29 bilhões em 1 dia
A tensão entre os Estados Unidos e o Irã contribuiu para aumentar o valor da Petrobras em 29 bilhões de reais num único dia, segundo o Estadão. Com a disparada no preço do petróleo, o valor de mercado da estatal bateu na última quarta-feira, dia 9, o segundo recorde consecutivo e alcançou a cifra de 341,4 bilhões de reais. As ações ordinárias da petroleira, que na quarta subiram 10,02%, não oscilavam tanto desde 18 de maio do ano passado, quando vieram à tona as gravações do sócio do JBS, Joesley Batista, com o presidente Michel Temer. Os contratos futuros de petróleo encerraram a sessão de quarta-feira no maior nível dos últimos três anos e meio, apoiados pela decisão dos Estados Unidos de se retirarem do acordo nuclear internacional com o Irã.
Dono da Dolly encarcerado
O dono da empresa de refrigerantes Dolly, Laerte Codonho, foi preso nesta quinta-feira sob suspeita de fraude fiscal e lavagem de dinheiro. A estimativa é de que o dinheiro desviado na fraude chegue a 4 bilhões de reais. Segundo o canal Globonews, a Polícia Militar prendeu Codonho em sua casa, em Cotia, na Grande São Paulo. Além do dono da empresa, foram presos o ex-contador de Codonho e um funcionário da empresa. No final do ano passado, a polícia já havia cumprido mandados de busca e apreensão na casa de Rogério Raucci, ex-contador da Ragi Refrigerantes, fabricante da marca Dolly. Ainda no ano passado a fábrica da Dolly chegou a ser fechada por alguns dias, sob suspeita de sonegação de impostos. Na época, o Grupo Dolly havia pagado 33 milhões de reais em débitos declarados de ICMS e reabriu a fábrica.
Hora e local acertados
O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, confirmou, nesta quinta-feira, a data e o local do encontro com o líder da Coreia do Norte, Kim Jong-un. Em seu Twitter, Trump afirmou que o esperado encontro ocorrerá no dia 12 de junho, em Singapura. Na mensagem, o líder americano ressalta que o encontro será “um momento especial para a paz mundial”. O anúncio foi feito depois que Pyongyang libertou três cidadãos americanos que estavam detidos na Coreia do Norte. Trump recebeu nesta madrugada os três libertados, que viajaram acompanhados pelo secretário de Estado, Mike Pompeo. Em março, Trump aceitou o convite de Kim para realizar uma reunião, a fim de conter uma escalada de tensões na península coreana. A Casa Branca afirmou que a prioridade do governo é obter a eliminação total do programa de armas nucleares do governo norte-coreano. Já a Coreia do Norte defende a desnuclearização da península coreana, em uma referência à presença militar americana na Coreia do Sul.
Bombas nas Colinas de Golã…
Tropas militares do Irã dispararam cerca de 20 mísseis contra alvos militares de Israel localizados nas Colinas de Golã na quarta-feira. Segundo o Exército israelense, alguns dos projéteis foram interceptados pelos sistemas de defesa, e não havia relatos de feridos ou mortos. O coronel israelense Jonathan Conricus afirmou que as bases militares sofreram danos “limitados”. As Colinas do Golã foram anexadas por Israel em 1981 e o país considera a região como parte integral de seu território, mesmo sem amplo reconhecimento internacional. A área é reivindicada pelos sírios desde que Israel ocupou parte do território durante a Guerra dos Seis Dias, em 1967. A Síria foi um dos países que atacaram Israel em 1973, durante a Guerra do Yom Kippur. Se confirmado, o ataque marcará a primeira vez em que as forças iranianas dispararam foguetes em desafio direto às forças israelenses nas Colinas de Golã. O incidente ocorre em um contexto de crescente tensão entre israelenses e iranianos envolvendo o conflito sírio e após vários disparos de mísseis contra tropas iranianas que apoiam o regime em Damasco. A imprensa estatal síria informou que a artilharia israelense atingiu um posto militar perto da cidade de Baath, onde as forças do regime de Bashar Assad estavam. Nesta manhã, a Síria culpou Israel por um conjunto de ataques aéreos em uma base militar perto de Damasco.
… e bombas na Síria
Militares de Israel bombardearam dezenas de alvos do Irã na Síria, nesta quinta-feira, em uma retaliação ao ataque iraniano com foguetes contra soldados israelenses nas Colinas de Golã. Segundo o governo de Israel, os alvos incluíram estoques de armas, locais de logística e centros de inteligência utilizados por forças iranianas na Síria. O ataque deixou ao menos 23 combatentes mortos. A ofensiva israelense foi a mais intensa na vizinha Síria desde o início da guerra civil local, em 2011. Segundo o Observatório Sírio para os Direitos Humanos, cinco dos mortos eram sírios, e que o número de vítimas pode aumentar. A Rússia afirma que a operação israelense envolveu 70 mísseis, sendo que mais de metade deles foram derrubados pelas forças russas e sírias. Para o primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, os ataques foram “apropriados” porque o Irã tinha cruzado a linha vermelha com o ataque inicial às Colinas de Golã.
Merkel pede moderação
A chanceler da Alemanha, Angela Merkel, e o presidente da França, Emmanuel Macron, pediram, nesta quinta-feira, que Israel e Irã sejam moderados para evitar uma nova escalada da tensão no Oriente Médio. Em referência ao Irã e a Israel, Merkel afirmou que a Europa sabia que seria uma situação complicada, e que os ataques das últimas horas mostraram que o assunto se tratava de guerra e paz. Ela e Macron debateram os ataques iranianos com mísseis contra tropas israelenses e a reação de Israel durante uma reunião pouco depois da cerimônia, disse um porta-voz de Berlim. Os temores de um conflito regional foram atiçados pelo anúncio do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, na terça-feira, sobre a retirada de seu país do acordo nuclear de 2015 entre o Irã e potências mundiais. O governo Trump retratou sua posição contra o acordo como uma resposta, em parte, às intervenções militares de Teerã na região, endossando a postura rígida do primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, diante do Irã.