Brasil

Chuvas não interrompem queda no Cantareira

Incidência de chuvas demora a elevar a profundidade dos reservatórios, devido ao longo período de estiagem que assola o manancial

Sistema Cantareira: volume de precipitações nos primeiros cinco dias de novembro foram expressivos e já superam toda a chuva de outubro (Sabesp/Divulgação)

Sistema Cantareira: volume de precipitações nos primeiros cinco dias de novembro foram expressivos e já superam toda a chuva de outubro (Sabesp/Divulgação)

DR

Da Redação

Publicado em 6 de novembro de 2014 às 12h08.

São Paulo - Apesar da chuva de 54,7 milímetros que caiu nas cabeceiras do Sistema Cantareira, nos últimos cinco dias, o nível dos reservatórios voltou a diminuir hoje (6), chegando a 11,7% conforme medição da Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo (Sabesp). Ontem (5), os reservatórios estavam em 11,8%.

O volume de precipitações no Cantareira nesses primeiros cinco dias de novembro foram expressivos e já superam toda a chuva de outubro, que foi 42,4 milímetros. No entanto, o nível dos reservatórios não apresentou qualquer melhora neste início do mês.

Segundo o especialista em recursos hídricos da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), Antônio Carlos Zuffo, a incidência de chuvas demora a elevar a profundidade dos reservatórios, devido ao longo período de estiagem que assola o manancial.

Zuffo explica que o aumento de vazão ocorre quando a água da chuva infiltra no subsolo, num processo muito lento, a uma velocidade de milímetros ou centímetros por dia.

“A água que infiltrou hoje só vai chegar no reservatório, dependendo do lugar que ela caiu, dois, três ou até seis meses depois”, disse o especialista.

A chuva em São Paulo neste mês, portanto, pode beneficiar o manancial a longo prazo. “Mesmo no período que está sem chuva e, que você vê que tem vazão no rio, essa vazão é devido à drenagem do reservatório no solo. Da água que infiltrou em algum momento no passado e que ainda está escoando. Então, quando deixa de ocorrer chuvas, diminui essa recarga. Sem essa recarga, o reservatório vai diminuindo cada vez mais até secar”, esclarece Zuffo.

Ele acrescentou que outra forma de encher os reservatórios é com a água da enxurrada, num processo bem mais rápido, capaz de elevar imediatamente a capacidade do sistema.

A velocidade de elevação do nível, nesse caso, pode chegar a metros por segundo. “Isso, porém, só ocorre no momento em que está chovendo”.

Acompanhe tudo sobre:ÁguaChuva de meteoroscidades-brasileirasEmpresasEmpresas abertasEmpresas brasileirasEmpresas estataisEstatais brasileirasMetrópoles globaisSabespSaneamentosao-pauloServiços

Mais de Brasil

Itaipu Parquetec e JAQ anunciam acordo de R$ 150 mi para hidrogênio verde no transporte marítimo

Nasa oferece prêmio de quase R$ 18 milhões para quem resolver este desafio

Presidente eleito do Uruguai e Lula conversam sobre acordo Mercosul e UE: 'Estamos otimistas'

Lira diz que medidas de corte de gastos contarão 'com boa vontade' da Câmara e que IR fica para 2025