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Chuvas devem trazer quebras regionais ao café, diz Somar

A próxima safra de café deverá registrar perdas de produtividade, em função da irregularidade das chuvas, segundo a Somar Meteorologia


	Plantação de café: as perdas pontuais poderiam ter algum efeito no total a ser colhido
 (Divulgação)

Plantação de café: as perdas pontuais poderiam ter algum efeito no total a ser colhido (Divulgação)

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Da Redação

Publicado em 8 de janeiro de 2015 às 15h11.

São Paulo - A próxima safra de café do Brasil deverá registrar perdas "regionalizadas" de produtividade, em função da irregularidade das chuvas, afirmou um agrometeorologista da Somar Meteorologia nesta quinta-feira.

As perdas pontuais poderiam ter algum efeito no total a ser colhido no maior produtor global de café, mas nada comparado à quebra registrada em 2014, que foi generalizada, quando o Sudeste brasileiro foi afetado por uma das piores secas e altas temperaturas no verão.

"Como é muito recente 2014, está todo mundo apavorado. Teremos quebras regionalizadas sim... Não é como 2014, que quebrou a safra inteira. Mas isso (quebra regional), tenho certeza que vai ter", afirmou Marco Antônio dos Santos.

As preocupações em relação aos efeitos do clima para a safra brasileira têm sustentado os contratos futuros do café arábica na bolsa de Nova York, que chegaram a subir mais de 4 por cento nesta quinta-feira.

"Algumas micro regiões estão com chuvas boas, mas de uma forma geral é uma situação preocupante, o sinal amarelo está piscando", disse ele.

O Brasil colheu 45,3 milhões de sacas de 60 kg de café em 2014, segundo a Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), uma queda de 7,7 por cento na comparação com a temporada anterior.

As chuvas irregulares, explicou Santos, são causadas por bloqueios atmosféricos que impedem o avanço de frentes frias do Sul e a ocorrência de chuvas generalizadas no Sudeste, onde estão os dois principais Estados produtores de café arábica do Brasil: Minas Gerais e São Paulo.

"Quando a frente fria entra na altura de São Paulo, ela encontra águas frias do Atlântico, e ela não tem sustentação para se manter no Sudeste e seguir para o Nordeste. Já na altura de São Paulo ela vai para o oceano, e ela não consegue organizar a umidade da Amazônia, para provocar chuvas mais generalizadas", disse.

Dessa forma, apenas são formadas áreas de instabilidade que não garantem períodos mais prolongados de chuvas.

No verão passado, essa situação foi ainda mais grave.

"Não pode falar que está em estiagem, porque está tendo chuvas, o problema é que as chuvas são muito pontuais e irregulares... E, quando isso acontece, em uma fazenda chove, em outra não." Segundo o agrometeorologista, existem fazendas de café com bons níveis de umidade, e outras com mais de 15 dias sem precipitações, isso numa mesma região, numa distância de dez quilômetros uma da outra.

"É igual na cidade de São Paulo, chove na zona leste, não chove na sul." Santos observou que a Zona da Mata de Minas não tem registrado chuvas, enquanto no Sul de Minas, Triângulo Mineiro e Mogiana, em São Paulo, pancadas de chuvas estão ocorrendo.

Ele disse ainda que, embora os modelos apontem algumas áreas com baixos volumes de chuvas na previsão mais estendida, de cinco a dez dias, por exemplo, "nada impede" que as precipitações sejam um pouco mais intensas, considerando a irregularidade climática.

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