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Chuva volta a causar transtornos e estragos em parte de Minas Gerais

A população deve estar atenta ao risco de deslizamentos de terra e desabamentos; MG já contabiliza 58 pessoas mortas

Chuvas em Minas Gerais: situação forçou 53.169 pessoas a deixarem suas casas (afp/AFP)

Chuvas em Minas Gerais: situação forçou 53.169 pessoas a deixarem suas casas (afp/AFP)

AB

Agência Brasil

Publicado em 5 de fevereiro de 2020 às 12h51.

Voltou a chover forte em parte de Minas Gerais nas últimas horas. Em algumas cidades, a precipitação causou novos transtornos à população. Em Poços de Caldas, a cerca de 450 quilômetros de Belo Horizonte, a Defesa Civil interditou um edifício residencial de dois andares atingido por um deslizamento de terra na tarde de terça-feira (4).

Em nota, o Corpo de Bombeiros informou que o deslizamento foi causado pela queda de um muro de arrimo em construção. Ao ruir, o muro deslocou terra suficiente para colocar em risco o prédio de quatro apartamentos, dos quais três estavam ocupados. Os oito moradores só puderam entrar nas residências para retirar algumas roupas e itens pessoais, além dos animais de estimação, acompanhados por bombeiros. Até a Defesa Civil liberar o edifício, a construtora responsável pelo muro de arrimo que desmoronou terá que oferecer o necessário para os moradores.

Em Sarzedo, na região metropolitana de Belo Horizonte, a forte chuva desta manhã alagou bairros inteiros e, segundo os bombeiros, deixou moradores ilhados no bairro Brasília, o mais afetado. Não há, até o momento, registro de feridos ou mortos, mas a Defesa Civil estadual prevê a possibilidade de chuva de granizo não apenas em Sarzedo, mas também em Mateus Leme, Juatuba, Serra Azul, Igarapé, São Joaquim de Bicas, Itatiaiuçu, Brumadinho, Mario Campo, Betim e Ibirité.

Em Belo Horizonte, cujo solo já estava encharcado após as chuvas das últimas semanas, a Defesa Civil emitiu um alerta para a possibilidade de que, até amanhã, ocorram pancadas de chuva acompanhadas por raios e rajadas de vento em torno de 50 km/h. O mês de janeiro foi o mais chuvoso dos últimos 110 anos na capital mineira.

A prefeitura afirma ter acionado uma força preventiva e emergencial para combater e minimizar o impacto causado pelos fortes temporais na região. Servidores da Defesa Civil, Companhia Urbanizadora e de Habitação de Belo Horizonte (Urbel), Superintendência de Desenvolvimento da Capital (Sudecap), Superintendência de Limpeza Urbana (SLU) e de outras autarquias e órgãos municipais devem estar de prontidão 24 horas por dia a fim de atender qualquer urgência.

Onze pontos de ação preventiva estratégica foram mapeados para receber equipamentos necessários à atuação emergencial. Além disso, o plano emergencial prevê que técnicos da Secretaria de Assistência Social monitorem a população em situação de rua e vulnerabilidade social e acompanhem a retirada de pessoas de áreas de risco.

O Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet) prevê que a combinação da umidade com áreas de baixa pressão favoreça a intensificação da "instabilidade atmosférica" sobre o estado. Já o aumento da nebulosidade favorece uma leve queda das temperaturas em grande parte do estado.

A população deve estar atenta ao risco de deslizamentos de terra e desabamentos. Além disso, em caso de chuvas fortes, as pessoas que moram em áreas propensas a alagamentos devem deixar suas casas e procurar um lugar seguro aos primeiros sinais de água se acumulando. As pessoas devem evitar transitar ou encostar carros próximos a encostas. E monitorar permanentemente as construções erguidas ou próximas a encostas, ficando atentas ao surgimento de trincas ou rachaduras e evitar movimentar a terra durante o período em que o solo estiver encharcado.

Até as 8 horas desta quarta-feira (5), a Coordenadoria de Defesa Civil de Minas Gerais já contabilizava 58 pessoas mortas pelos efeitos das chuvas das últimas duas semanas - 13 delas em Belo Horizonte.

Além disso, em todo o estado, a situação forçou 53.169 pessoas a deixarem suas casas. Destas, 45.028 ficaram desalojadas e tiveram que se hospedar temporariamente na casa de parentes ou amigos ou em outros locais provisórios. Outras 8.141 pessoas foram acomodadas provisoriamente em abrigos que, na maioria das vezes, são improvisados em escolas ou igrejas.

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