Brasil

Chuva em agosto pode prejudicar competições olímpicas

Jogos Olímpicos de 2016 ocorrerão no período de 5 a 21 de agosto na cidade do Rio de Janeiro

Rio de Janeiro: chuvas são preocupação para competições na Baía de Guanabara nas Olimpíadas de 2016 (Tomaz Silva/Agência Brasil)

Rio de Janeiro: chuvas são preocupação para competições na Baía de Guanabara nas Olimpíadas de 2016 (Tomaz Silva/Agência Brasil)

DR

Da Redação

Publicado em 4 de agosto de 2014 às 16h28.

Rio de Janeiro - Atletas e autoridades têm uma nova preocupação com as condições da Baía de Guanabara para receber competições dos Jogos Olímpicos de 2016: a possibilidade de chuvas, que, embora pouco frequentes em agosto, podem acontecer.

Na avaliação de pesquisadores que participaram hoje do (4) do workshop Rio 2016: Os Jogos Olímpicos e o Gerenciamento Sustentável da Água, se as condições meteorológicas não ajudarem, a situação para as competições no local pode ser pior que a prevista.

“A gente tem que rezar para não chover, porque [sem chuva] tem menos escoamento dessas águas da parte interna da baía e vai ter menos lixo. Num cenário de chuva nos dias anteriores aos jogos, vai ser crítico. Quando chove, a cidade toda é lavada, e esses rios, que são depósitos de materiais diversos, são lavados. Esse material sai, e vai estar na baía. Certamente, isso vai afetar”, avaliou o pesquisador Renato Carreira, doutor do departamento de Química da Pontifícia Universidade Católica do Rio (PUC-Rio).

O professor destacou que a Baía de Guanabara recebe resíduos de diversos tipos, que terão a quantidade amplificada se os dias anteriores às competições forem de chuva. “A Baía de Guanabara está no entorno de uma grande área metropolitana, e recebe contaminantes de várias categorias. Orgânicos, inorgânicos, rejeitos industriais, deposição atmosférica, resíduos sólidos e escoamento urbano”, listou.

Além disso, segundo Carreira, quando chove, grande quantidade de algas se prolifera na baía por conta dos nutrientes trazidos pelos resíduos, problema que já foi enfrentado por velejadores em Pequim, na China, nos Jogos Olímpicos de 2008.

Já o professor Antônio Roberto Barboza, do departamento de Engenharia Civil da PUC, lembra sua experiência de velejador para reforçar a análise do risco da chuva para as competições. “Certamente, a chuva vai piorar as condições da raia, até também pela falta de vento. Piora porque a vazão dos rios aumenta, e aumenta a capacidade de transporte do lixo. Além disso, toda vez que a gente chove no rio, no dia ou um dia depois, a gente tem pouco vento na Baía de Guanabara”, lembrou.

Testemunha do problema de poluição da Baía de Guanabara, ele conta que a filha narra as mesmas experiências ao praticar o esporte no Rio de Janeiro. “Ela vive isso no dia a dia. Tanto é que existem algumas normas, alguns aprendizados, que quem veleja dentro da Baía de Guanabara sabe. Quando a maré está vazante e quando está enchendo, quais são os caminhos para fugir do lixo. O velejador não aprende só a velejar, aprende a fugir do lixo”, contou.

Os Jogos Olímpicos de 2016 ocorrerão de 5 a 21 de agosto, no Rio de Janeiro.

Acompanhe tudo sobre:Chuvascidades-brasileirasMetrópoles globaisOlimpíada 2016OlimpíadasRio de Janeiro

Mais de Brasil

Oferta de moradia: Governo de São Paulo deseja adquirir quase 6 mil imóveis no centro da capital

Ensino no Brasil não prepara crianças para mundo do trabalho com IA, diz executivo do B20

Como emitir nova Carteira de Identidade no Amazonas: passo a passo para agendar online

Horário de verão vai voltar? Entenda a recomendação de comitê do governo e os próximos passos