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Chuva desanima concentração de indignados em SP

O movimento "Democracia Real Já" na cidade de São Paulo teve apenas 70 pessoas; movimento foi inspirado no "Ocupe Wall Street"

Manifestantes planejam acampar no Vale do Anhangabaú (Wikimedia Commons)

Manifestantes planejam acampar no Vale do Anhangabaú (Wikimedia Commons)

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Da Redação

Publicado em 15 de outubro de 2011 às 14h02.

São Paulo - A chuva deste sábado desanimou a concentração do movimento "Democracia Real Já", reunindo apenas 70 pessoas no final da manhã, no Largo São Bento, na capital paulista. O movimento, formado por indignados que protestam por uma democracia real e pelo fim da ganância corporativa, está sendo realizado hoje em mais de 950 cidades de 82 países de todo o mundo e foi inspirado no movimento "Ocupe Wall Street", iniciado em Nova York (EUA), e na tomada da praça Puerta del Sol, em maio, em Madri.

Apesar do baixo número de manifestantes em São Paulo, Pedro Fuentes, um dos integrantes do movimento, acredita que hoje "é apenas o ponta pé inicial". A ideia é que o grupo acampe no Vale do Anhangabaú e realize oficinas temáticas e atividades artísticas e culturais.

De acordo com Pedro Fuentes, a causa não é partidária, embora ele também seja secretário de Relações Internacionais do PSol. "O capitalismo está se esgotando e o mundo está mudando. Só não sabemos ainda para onde vamos", afirmou. "Hoje, no Brasil, o movimento ainda é pequeno, mas no mundo é muito forte e aqui ele também vai crescer."

Em São Paulo, os protestos tem um amplo leque de reivindicações, desde a legalização da maconha e do aborto, passando pelo aumento dos investimentos em Educação, até o 'fora Ricardo Teixeira', presidente da CBF.

De acordo com Maíra Tavares Mendes, professora da rede de cursinhos populares Emancipa, cerca de 200 pessoas devem acampar nesta noite no Vale do Anhangabaú. "Ainda não dá para falar em primavera brasileira", disse ela, reconhecendo que a boa situação econômica do País não atrai tantos indignados, como vem ocorrendo em alguns países da Europa, como Grécia e Espanha, e nos Estados Unidos. "O que une nosso movimento, no Brasil ao restante do mundo, é a rejeição ao neoliberalismo. Além disso, o atual regime político não nos representa."

Maíra Tavares admitiu, porém, que ainda não vê uma alternativa ao sistema capitalista. "Essa alternativa ainda precisa ser construída. Não existe ainda, porém, está surgindo."

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