Carnes: China endureceu as fiscalizações para entrada de cargas estrangeiras no intuito de conter a disseminação do novo coronavírus (Alexandre Severo/Exame)
Mariana Martucci
Publicado em 10 de outubro de 2020 às 11h26.
Autoridades chinesas detectaram nesta sexta-feira (9) a presença do novo coronavírus (Sars-Cov-2) em um lote de carne bovina congelada proveniente do Brasil, segundo informações da Embaixada da China no Brasil.
Segundo a Administração Geral de Alfândegas da China (GACC, na sigla em inglês), os lotes de carne haviam sido enviados pela unidade da Minerva Foods de Barretos, interior de São Paulo. A suspensão foi de uma semana e a empresa, que é a maior exportadora de carne bovina da América do Sul, já teve a autorização restabelecida.
O país asiático, principal importador de carnes do Brasil e um dos maiores do mundo, endureceu as fiscalizações para entrada de cargas estrangeiras no intuito de conter a disseminação do novo coronavírus — embora não haja comprovação científica de que a covid-19 possa ser transmitida por meio de embalagens e/ou alimentos.
Em setembro, a OMS foi questionada sobre a notícia de que amostras de frango do Brasil testadas na China continham traços do novo coronavírus. “Vamos continuar a monitorar descobertas como essa, mas não há evidência de que o alimento ou a cadeia de alimentos esteja participando na transmissão desse vírus”, afirmou o diretor executivo da entidade, Michael Ryan.
Segundo Ryan, esse tipo de questão deve ser monitorado, mas “é importante que as pessoas mantenham sua vida comum sem medo, sem temor aos alimentos ou às embalagens de alimentos.”
Nesta quinta-feira (8), a Associação Brasileira de Frigoríficos (Abrafrigo) divulgou um relatório sobre as exportações em setembro, que somaram 166,4 mil toneladas. No ano, já foram vendidas para o exterior 1,46 milhão de toneladas de carne bovina.
“Esta foi a primeira vez que houve queda comparativa nos preços obtidos pela carne bovina brasileira no exterior neste ano. Desde janeiro o setor obteve altas expressivas em dólares que chegaram a atingir 40% de crescimento em junho passado”, destacou a entidade em nota. A associação não detalhou o motivo da queda do preço.