Brasil

Chegou o dia de saber os detalhes dos testes da vacina chinesa no Brasil

João Doria anuncia nesta segunda-feira, 19, dados da fase de testes da vacina da covid-19 desenvolvida pelo laboratório Sinovac e pelo Butantan

 (Governo do Estado de São Paulo/Divulgação)

(Governo do Estado de São Paulo/Divulgação)

GG

Gilson Garrett Jr

Publicado em 19 de outubro de 2020 às 06h00.

Última atualização em 20 de outubro de 2020 às 14h29.

Nesta segunda-feira, 16, o governador de São Paulo, João Doria (PSDB), vai revelar os dados da fase de testes da vacina contra o coronavírus, desenvolvida pelo laboratório chinês Sinovac em parceria com o Instituto Butantan. O corpo técnico de saúde de São Paulo vai dar mais detalhes se o imunizante é seguro em impedir a infecção que leva a covid-19. A coletiva de imprensa começa a partir das 12h45.

Em entrevista ao Estadão no domingo, 18, Dimas Covas, presidente do Butantan, disse que os dados que vão ser revelados nesta segunda-feira se referem a uma primeira parte de testes e não do estudo completo.

Em entrevista à GloboNews, nesta segunda-feira, Covas afirmou que até agora foram feitos 12.000 testes sem nenhuma manifestação mais severa. "A produção no Brasil começa agora em outubro e no final do ano teremos 46 milhões de doses fabricadas. Aguardaremos o registro para o uso da vacina", afirmou, completando que todas as etapas devem ser cumpridas até o fim do ano.

Mesmo que seja um resultado parcial, é um momento decisivo no enfrentamento à pandemia e também para o projeto de Doria de levar a vacina do Butantan para uma campanha nacional de imunização. Desde a semana passada, o governador de São Paulo vem dizendo que “até o momento nenhuma colateralidade foi identificada”, se referindo aos possíveis efeitos colaterais da doença.

Caso esses dados primários sejam positivos, é um argumento mais favorável na negociação que ele terá com o ministro da Saúde, Eduardo Pazuello, na próxima quarta-feira, 21. O governador de São Paulo chegou a dizer que a data é considerada a última para que o governo federal decida se vai comprar a vacina ou não.

O Ministério da Saúde tem duas apostas de vacina para distribuir a nível nacional. Uma delas é a desenvolvida pelo laboratório AstraZeneca, em parceria com a Universidade de Oxford. O acordo prevê a distribuição das primeiras 15 milhões de doses - de um contrato de 210 milhões - em janeiro de 2021.

A outra aposta é da aliança global Covax Facility que vai permitir ao Brasil ter acesso a uma de nove vacinas em desenvolvimento atualmente. Neste pacote estão 40 milhões de doses. Entre estas nove vacinas não está incluída a do laboratório Sinovac.

A vantagem da vacina chinesa, em parceria com o Butantan, seria o prazo, mas como os testes ainda não terminaram, pode ser que a previsão do governo paulista de começar a vacinação no dia 15 de dezembro não seja cumprida.

Na semana passada, o secretário executivo do Ministério da Saúde, Elcio Franco, disse, em entrevista coletiva, que a pasta estava considerando todas as opções e daria prioridade a que ficasse pronta primeiro. Mas ressaltou que isso depende da comprovação de eficácia e principalmente do preço por unidade.

Na China, a vacina do Sinovac, ainda em fase experimental, está saindo por 60 dólares. Já a da aliança global vai custar ao Brasil 21 dólares.

Além do preço, o que está em jogo é o ganho político em ter a primeira campanha de imunização do Brasil. Desde o início da pandemia, o presidente Jair Bolsonaro e o João Doria estão em lados opostos e trocam críticas na maneira como agem para o controle da doença.

Acompanhe tudo sobre:ChinaCoronavírusEstado de São PauloExame HojeJoão Doria JúniorMinistério da SaúdeVacinas

Mais de Brasil

Banco Central comunica vazamento de dados de 150 chaves Pix cadastradas na Shopee

Poluição do ar em Brasília cresceu 350 vezes durante incêndio

Bruno Reis tem 63,3% e Geraldo Júnior, 10,7%, em Salvador, aponta pesquisa Futura

Em meio a concessões e de olho em receita, CPTM vai oferecer serviços para empresas