FERNANDO HADDAD: "O Haddad chega ao segundo turno como a substituição do Lula, agora o Haddad do segundo turno é o Haddad", disse Jaques Wagner (Divulgação/Divulgação)
Estadão Conteúdo
Publicado em 9 de outubro de 2018 às 06h30.
Última atualização em 9 de outubro de 2018 às 06h31.
São Paulo - Antes cogitado como um possível candidato do PT à Presidência, o senador eleito pela Bahia Jaques Wagner cobra agora que Fernando Haddad assuma mais a própria personalidade no segundo turno da eleição e se desprenda da estratégia que o levou à segunda etapa da eleição, quando disputou buscando transferir os votos do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
"O Haddad chega ao segundo turno como a substituição do Lula, agora o Haddad do segundo turno é o Haddad", disse Wagner após uma reunião em São Paulo que o confirmou na coordenação da campanha do ex-prefeito da capital paulista ao Planalto. Ele destacou que é impossível "descolar" do ex-presidente, mas que "ninguém vive só do que foi". "Agora é hora de o Haddad dizer 'o meu programa de governo'."
Integrantes da campanha de Haddad e dirigentes de partidos aliados, como o PCdoB, defendem que o candidato do PT se coloque como o centro de sua campanha ao segundo turno, se descolando da imagem de substituto de Lula que conduziu a estratégia da legenda na primeira etapa da eleição.
Defensor de uma aliança com Ciro Gomes (PDT) já no primeiro turno, Jaques Wagner conversou nesta segunda-feira, 8, com o senador eleito pelo ceará Cid Gomes, irmão de Ciro e um dos coordenadores da campanha do pedetista no primeiro turno. O PT quer atrair Ciro para apoiar Haddad no segundo turno. "O próprio jeito dele, às vezes contundente, é importante porque quando você está em um momento excepcional como esse tem que ter também uma forma diferenciada de entrar", disse o senador eleito baiano.
Agora na coordenação de campanha, Jaques Wagner reforçou que é possível buscar apoios do PSDB e de antigos adversários que queiram derrotar Jair Bolsonaro (PSL) no segundo turno, atraindo quem votou em adversários, quem se absteve e até quem votou no presidenciável do PSL.
Provocado para avaliar se o PT estaria em um patamar melhor de votos se o candidato fosse ele, Wagner procurou exaltar Haddad por considerar o ex-prefeito como uma figura "nova" no partido e na política. "Não era para ser eu, o perfil não é meu", disse Wagner, que afirmou ter uma "alegria íntima e arretada" pela escolha do candidato petista.