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Chefe do esquema da Carne Fraca usaria filho como laranja

A Polícia Federal suspeita que Daniel Gonçalves Filho, alvo da Carne Fraca, ocultava propinas por meio do filho, Rafael Gonçalves

Polícia Federal: filho de alvo tem pelo menos seis empresas em seu nome (Getty Images/Getty Images)

Polícia Federal: filho de alvo tem pelo menos seis empresas em seu nome (Getty Images/Getty Images)

EC

Estadão Conteúdo

Publicado em 24 de março de 2017 às 12h22.

São Paulo - A Polícia Federal (PF) encontrou indícios de que o fiscal do Ministério da Agricultura Daniel Gonçalves Filho, preso desde a sexta-feira, 17, acusado de ser uma das peças centrais do esquema de corrupção alvo da Operação Carne Fraca, usava o filho Rafael Najiri Gonçalves como laranja para ocultar recebimentos de propinas por meio de empresas.

Preso temporariamente pela Carne Fraca junto com o pai - e liberado nesta quarta-feira, 22 -, Rafael tem pelo menos seis empresas em seu nome. A principal delas é a Dalchem Gestão Empresarial.

"A Dalchem presta consultoria na área de gestão empresarial no ramo de fertilizantes", explicou o filho de Daniel Gonçalves Filho. Seu pai atuou como Superintendente Regional do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, no Paraná, entre 25 de julho de 2007 a 19 de fevereiro de 2014, e de 19 de junho de 2015 a 11 de abril de 2016, quando foi exonerado. Ele é um dos alvos centrais da Carne Fraca e continua preso preventivamente.

O filho do fiscal disse que abriu a Dalchem aos 18 anos, por ter adquirido experiência no setor. Ele foi questionado se ele se considerava um perito no assunto para passar a dar consultoria para empresas de fertilizantes tão jovem.

"O declarante diz não se recordar se Daniel Gonçalves Filho participou de alguma reunião envolvendo as empresas que contratavam os serviços da Dalchen Gestão Empresarial e outras", registrou a PF. Ele disse também não ser recordar qual era o faturamento da empresa.

A PF suspeita que as empresas em nome de Rafael eram na verdade de Daniel Gonçalves Filho, e eram usadas para legalizar as propinas recebidas de empresas que ele fiscalizava, por meio de falsos contratos de consultoria.

Rafael disse que as consultorias que ele prestava eram "presenciais, sem laudos ou qualquer outro tipo de manifestação técnica redigida pela empresa".

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