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Chanceler russo se reúne com líder norte-coreano e critica política 'perigosa' dos EUA

A visita de dois dias de Lavrov tem o objetivo de preparar o caminho para uma futura visita do presidente russo Vladimir Putin à Coreia do Norte

Lavrov disse que a Coreia do Norte é um "vizinho próximo e sócio de longa data" da Rússia (Contributor/Getty Images)

Lavrov disse que a Coreia do Norte é um "vizinho próximo e sócio de longa data" da Rússia (Contributor/Getty Images)

Estadão Conteúdo
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Agência de notícias

Publicado em 19 de outubro de 2023 às 10h07.

O ministro russo das Relações Exteriores, Serguei Lavrov, se reuniu nesta quinta-feira, 19, com o líder norte-coreano Kim Jong Un em Pyongyang, depois de criticar a "perigosa" política dos Estados Unidos em relação ao país asiático que é uma potência nuclear.

Lavrov disse que a Coreia do Norte é um "vizinho próximo e sócio de longa data" da Rússia em um encontro que durou quase uma hora, segundo um comunicado do ministério russo das Relações Exteriores.

Aliança entre Rússia e Coreia do Norte?

A visita de dois dias de Lavrov tem o objetivo de preparar o caminho para uma futura visita do presidente russo Vladimir Putin à Coreia do Norte, em resposta a um convite de Kim Jong Un durante uma reunião em setembro no extremo leste russo.

No âmbito da visita, e antes da reunião com o líder norte-coreano, o chanceler russo denunciou a "perigosa" política militar dos Estados Unidos e de seus aliados Japão e Coreia do Sul a respeito da Coreia do Norte.

"Assim como nossos amigos norte-coreanos, estamos seriamente preocupados com a intensificação das atividades militares dos Estados Unidos, Japão e Coreia do Sul na região e com a política de Washington", declarou o ministro russo em uma entrevista coletiva.

Estados Unidos

As forças dos Estados Unidos "estão transferindo infraestruturas estratégicas, incluindo elementos nucleares", disse Lavrov, sem revelar mais detalhes.

"Somos contrários a esta linha não construtiva e perigosa", acrescentou o chefe da diplomacia russa.

Como resposta ao número recorde de testes de armas executados este ano pela Coreia do Norte, a vizinha Coreia do Sul reforçou as relações de Segurança com o aliado tradicional Estados Unidos e estabeleceu um acordo de defesa trilateral que inclui o Japão.

Coreia do Sul e Estados Unidos realizaram exercícios militares conjuntos e um submarino nuclear americano fez uma escala em julho em um porto sul-coreano pela primeira vez em décadas.

Um bombardeiro B-52 com capacidade de transportar armas nucleares está atualmente no aeroporto de Cheongju, quase 100 quilômetros ao sul de Seul. É o primeiro avião do tipo a pousar em território sul-coreano desde o ano 2000.

Segundo a imprensa local, o B-52 poderia participar de exercícios conjuntos no domingo com a participação de Coreia do Sul, EUA e Japão.

Alternativas à escalada

Lavrov, em visita oficial a Pyongyang desde quarta-feira, declarou que Rússia, China e Coreia do Norte "buscam de forma construtiva propor alternativas à escalada de tensões" na região.

"Somos a favor do estabelecimento de um processo de negociação regular sobre questões de segurança na península coreana, sem condições prévias", declarou.

O chanceler destacou que as relações entre Coreia do Norte e Rússia foram fortalecidas após "o encontro de cúpula histórico" de setembro entre Putin e Kim.

"Posso afirmar com confiança que as relações atingiram qualitativamente um novo nível, estratégico", disse Lavrov ao ministro das Relações Exteriores da Coreia do Norte, Choe Son Hui, segundo as agências russas.

O encontro entre Putin e Kim provocou o temor entre as potências ocidentais de que a Coreia do Norte forneceria armas à Rússia para a guerra contra a Ucrânia.

O porta-voz de Segurança Nacional da Casa Branca, John Kirby, disse que a Coreia do Norte entregou nas últimas semanas mais de 1.000 contêineres de equipamentos militares à Rússia.

Em resposta às acusações, o Kremlin afirmou que "não há provas" de que a Coreia do Norte está enviando armas à Rússia.

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