O ministro brasileiro das Relações Exteriores, Mauro Vieira: "a relação com a China é aberta e intensa com todos os países da região" (Saul Loeb/AFP)
Da Redação
Publicado em 11 de fevereiro de 2015 às 21h48.
O ministro brasileiro das Relações Exteriores, Mauro Vieira, descartou que os últimos acordos firmados pela Argentina com a China afetem o Mercosul, em entrevista coletiva concedida nesta quarta-feira, em Buenos Aires.
Vieira chegou na terça à noite a Buenos Aires, sua primeira viagem ao exterior desde que tomou posse, ratificando o peso que Brasília dá a seu principal sócio comercial no bloco sul-americano.
"A relação com a China é aberta e intensa com todos os países da região", disse Vieira à imprensa, lembrando que o comércio do Brasil com o país asiático chega a US$ 80 bilhões anuais.
O ministro declarou que a relação com a Argentina é "a mais estratégica das alianças" do Brasil.
Viera explicou que essas parcerias estratégicas "não excluem as relações com outros países", em referência aos acordos de cerca de US$ 21 bilhões fechados na recente viagem da presidente argentina, Cristina Kirchner, a Pequim.
"Todos os acordos com a China são públicos, e nenhum desses acordos é em detrimento da nossa relação no Mercosul. Ao contrário, acreditamos que será em benefício do Mercosul", insistiu Vieira, que estava acompanhado do chanceler argentino, Héctor Timerman.
O ministro Vieira conversou com vários funcionários de alto escalão do governo argentino, entre eles o ministro da Economia, Axel Kicillof.
Além disso, cerca de 20 empresários brasileiros e argentinos se reuniram com o chanceler brasileiro na sede da embaixada para manifestar sua preocupação com a expansão do capital chinês na região e no país e com a deterioração do Mercosul, entre outros temas, noticiou o jornal "Clarín".
O comércio bilateral com o Brasil caiu 21,2% em 2014, em relação a 2013, o que representou a segunda maior retração desde 2002 com o principal sócio comercial da Argentina no bloco.
Em termos acumulados, as exportações para o Brasil recuaram 14% no ano passado, a US$ 14,143 bilhões, enquanto as importações se contraíram 27,2%, a US$ 14,284 bilhões.