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Exagero de cesáreas impede Brasil de atingir meta da ONU

Brasil não conseguirá atingir meta dos Objetivos do Milênio, da ONU, para queda de mortalidade materna. A culpada, em grande parte, é a quantidade de cesáreas


	Mulher grávida: 54% dos partos realizados no Brasil são cesáreas
 (Wikimedia Commons)

Mulher grávida: 54% dos partos realizados no Brasil são cesáreas (Wikimedia Commons)

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Da Redação

Publicado em 23 de maio de 2014 às 18h13.

São Paulo – Apesar de já ter cumprido dois dos oito Objetivos de Desenvolvimento do Milênio (ODM) – redução da mortalidade infantil e redução da miséria e da fome -, o Brasil não cumprirá a tempo a meta que diz respeito à diminuição das mortes maternas.

O principal motivo é o grande número de cesáreas que são realizadas sem necessidade no país, segundo o 5º Relatório Nacional de Acompanhamento, divulgado nesta sexta-feira pelo governo federal.

“A realização indiscriminada de cesarianas envolve riscos desnecessários tanto para a mãe quanto para a criança, além de custos adicionais para o sistema de saúde”, diz o relatório (veja a íntegra ao final da matéria).

No Brasil, o número de cesáreas vem aumentando nos últimos anos, correspondendo a quase 54% dos partos realizados em 2011.

A recomendação da Organização Mundial da Saúde (OMS) é de que o total de não passe de 15%.

Apesar das mortes de mães terem diminuído de 142 para cada 100 mil nascidos vivos, em 1990, para 64 mortes, em 2011, a taxa de mortalidade materna não cairá o suficiente até 2015.

O número estipulado para o Brasil nos Objetivos do Milênio é de apenas 35 óbitos a cada 100 mil nascidos vivos.

As metas foram estabelecidas pela Organização das Nações Unidas (ONU) em 2000, com o apoio de 191 nações. Segundo a entidade, os outros países também não conseguirão baixar os índices de mortes de mães para três quartos do observado em 1990.

Os oito Objetivos do Milênio da ONU são: acabar com a fome e a miséria; oferecer educação básica de qualidade para todos; promover a igualdade entre os sexos e a autonomia das mulheres; reduzir a mortalidade infantil; melhorar a saúde das gestantes; combater a Aids, a malária e outras doenças; garantir qualidade de vida e respeito ao meio ambiente e estabelecer parcerias para o desenvolvimento.

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