Brasil

Cerveró diz que não teve intenção de enganar ninguém

"Não existem decisões individuais. Foi tudo baseado em consultorias e trabalhos técnicos de mais de um ano”, disse ex-diretor da Área Internacional da Petrobras


	Refinaria em Pasadena: Planalto divulgou nota explicando que no documento elaborado por Cerveró sobre o negócio foram omitidas as cláusulas Marlin e de Put Option que integravam o contrato
 (Agência Petrobras / Divulgação)

Refinaria em Pasadena: Planalto divulgou nota explicando que no documento elaborado por Cerveró sobre o negócio foram omitidas as cláusulas Marlin e de Put Option que integravam o contrato (Agência Petrobras / Divulgação)

DR

Da Redação

Publicado em 16 de abril de 2014 às 13h51.

Brasília - Acusado de omitir cláusulas importantes do documento que embasou a aquisição da refinaria de Pasadena (EUA) pela Petrobras, o ex-diretor da Área Internacional da Petrobras, Nestor Cerveró, disse hoje (16) que não teve intenção de enganar ninguém.

“Não há sentido enganar ninguém. A posiçao [sobre a compra] não é só minha, mas da diretoria do conselho que aprovou esse projeto. Não existem decisões individuais. Foi tudo baseado em consultorias e trabalhos técnicos de mais de um ano”, disse.

Reportagem publicada pelo jornal O Estado de S. Paulo revelou que a compra da refinaria teve o aval da presidente Dilma Rousseff, que na época era ministra-chefe da Casa Civil e do presidente do Conselho de Administração da Petrobras. Em resposta, o Planalto divulgou nota explicando que no documento elaborado por Cerveró sobre o negócio foram omitidas as cláusulas Marlin e de Put Option que integravam o contrato.

De acordo com o governo, o Conselho de Administração da estatal só tomou conhecimento da existência das cláusulas em março de 2008, quando foi consultado sobre a compra da outra metade das ações da refinaria.

“As cláusulas de saída são definidas pelos dois lados. Nossos contratos [da Petrobras] sempre têm cláusulas de saída. Não tem nenhuma relevância. Isto não é um aspecto relevante porque ninguém faz uma sociedade para sair da sociedade”, avaliou.

A cláusula Put Option obriga uma das partes da sociedade a comprar a outra em caso de desacordo entre os sócios. Após desentendimentos sobre investimentos com a belga Astra Oil, sócia no negócio, a estatal brasileira teve que ficar com toda a refinaria. Já a cláusula Marlin prevê a garantia à sócia da Petrobras de um lucro de 6,9% ao ano, mesmo que as condições de mercado sejam adversas.

O negócio está sendo investigado pela Polícia Federal, pelo Tribunal de Contas da União e pelo Ministério Público.

Acompanhe tudo sobre:Capitalização da PetrobrasCaso PasadenaCombustíveisEmpresasEmpresas abertasEmpresas brasileirasEmpresas estataisEstatais brasileirasIndústria do petróleoPetrobrasPetróleo

Mais de Brasil

Brasil pode ser líder em aço verde se transformar indústria com descarbonização, dizem pesquisadores

Cassinos físicos devem ser aprovados até 2026 e temos tecnologia pronta, diz CEO da Pay4fun

Com aval de Bolsonaro, eleição em 2026 entre Lula e Tarcísio seria espetacular, diz Maia

Após ordem de Moraes, Anatel informa que operadoras bloquearam acesso ao Rumble no Brasil