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Cerveró ameaça processar fabricante de máscara de Carnaval

A Condal, maior fábrica de máscaras de carnaval do Rio, desistiu de fabricar o produto após as ameaças


	Depoimento à CPI Mista da Petrobras do ex-diretor da Petrobras, Nestor Cerveró: ele foi preso por envolvimento com irregularidades na estatal
 (Wilson Dias/Agência Brasil)

Depoimento à CPI Mista da Petrobras do ex-diretor da Petrobras, Nestor Cerveró: ele foi preso por envolvimento com irregularidades na estatal (Wilson Dias/Agência Brasil)

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Da Redação

Publicado em 29 de janeiro de 2015 às 15h06.

Rio de Janeiro - Proprietária da Condal, maior fábrica de máscaras de carnaval do Estado do Rio, Olga Valles disse que foi ameaçada de processo pelos advogados do ex-diretor da Área Internacional da Petrobras Nestor Cerveró. Ela faria máscaras com o rosto dele, mas desistiu.

"Foi uma ligação amigável. Disseram que não queriam a máscara e que iriam nos processar caso fizéssemos. 'Quem avisa amigo é'. Deviam levar na brincadeira, porque nada mais é do que isso", contou Olga, que prepara uma tiragem de 300 máscaras com o rosto da presidente da Petrobras, Graça Foster. "Ela não reclamou".

A fábrica, em São Gonçalo, abastece lojas de artigos carnavalescos há 56 anos, e desde a abertura política pós-ditadura militar prepara máscaras de políticos - as primeiras foram Tancredo Neves, Jânio Quadros e Ulisses Guimarães. Nunca foi processada.

Políticos bem humorados já até reclamaram, mas entraram na brincadeira: "O ex-prefeito Cesar Maia disse que queria ter saído mais sorridente".

A fábrica foi fundada pelo marido de Olga, o escultor espanhol Armando Valles, que cursou Belas Artes em Barcelona, sua terra natal, e em Paris.

A produção é de 200 mil a 250 mil peças por ano, e as máscaras de políticos e figuras célebres nacionais e internacionais (como artistas e o terrorista Osama Bin Laden) estão longe de ser as campeãs de vendas. O sucesso maior são as de bichos e de clóvis - o King Kong é o maior hit.

Ainda assim, a sátira política é uma área de destaque da Condal. "Estamos sempre antenados. Dos políticos, as mais vendidas são as do Lula, que vendemos desde a disputa com o Collor (em 1989) e a da Dilma".

A presidente está quase alcançando seu antecessor: já foram vendidas 50 mil de Lula; Dilma se encaminha para bater a marca.

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