Desembolso dos lares do Centro-Oeste com uma cesta de 65 produtos cresceu 18% em 2010 em relação a 2009 (Mário Rodrigues)
Da Redação
Publicado em 27 de março de 2011 às 10h55.
São Paulo - O vigor da renda do agronegócio, combinado com o avanço da industrialização, transformou o Centro-Oeste no novo Eldorado do consumo. De alimentos e produtos de limpeza a imóveis e automóveis, o ritmo acelerado de compras e a boa saúde financeira das famílias chamam a atenção dos empresários e atraem investimentos para a região.
Os brasileiros que vivem em Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Goiás e no Distrito Federal foram os que mais ampliaram os volumes de compras e os gastos com alimentos, bebidas e artigos de higiene e limpeza em relação às demais regiões em 2010 ante 2009, revela pesquisa da Kantar Worldpanel, obtida com exclusividade pelo Estado.
A enquete, que visita semanalmente 8.200 famílias no País para fotografar o consumo, mostra que o desembolso dos lares do Centro-Oeste com uma cesta de 65 produtos cresceu 18% em 2010 em relação a 2009. Foi a maior variação entre as regiões e acima da média do País (10,4%).
Os consumidores do Centro-Oeste também foram os campeões de gastos por ida ao supermercado: R$ 16,01. A cifra superou a média nacional de R$ 13,96 e os desembolsos dos dois principais mercados consumidores: a Grande São Paulo (R$ 12,25) e o interior paulista (R$ 14,76). E só ficou atrás do Sul (R$ 22,35).
"Em dois anos, os consumidores do Centro-Oeste foram os que mais ampliaram gastos nos supermercados", diz a diretora da Kantar Worldpanel, Christine Pereira. O surpreendente é que, apesar do aumento do consumo, as famílias da região têm a melhor saúde financeira.
"O bolso do consumidor do Centro-Oeste está mais equilibrado na comparação com o de outras regiões", destaca ela. O estudo mostra que a renda mensal das famílias da região superou em 7% os gastos em 2010. Em 2009, essa relação era estável.
O desempenho da região em 2010 ultrapassou o da Grande São Paulo e do Sul, onde a renda excedeu em apenas 2% o gasto; o interior paulista e o Norte e Nordeste, que registraram estabilidade, e o leste e interior do Rio e a Grande Rio de Janeiro, que tiveram déficit de 5% e 16%, respectivamente.
Com orçamento folgado, o Centro-Oeste aumentou as compras de itens de maior valor. Levantamento do grupo brasileiro SHC mostra que duas capitais da região, Campo Grande (MS) e Cuiabá (MT), tiveram, entre 2007 e 2010, crescimento de vendas de carros zero de 61,4% e 54%, respectivamente, acima da média nacional (42,1%). As informações são do jornal O Estado de S.Paulo