Brasil

Centrais sindicais protestam contra MPs que mudam benefícios

Com bandeiras, balões infláveis e discursos em palaque improvisado, os sindicalistas dizem que os trabalhadores estão descontentes com o teor das MP's


	MP's determinam novas regras para acesso a benefícios previdenciários como, por exemplo, abono salarial, seguro-desemprego e auxílio-doença
 (Marcelo Camargo/ABr)

MP's determinam novas regras para acesso a benefícios previdenciários como, por exemplo, abono salarial, seguro-desemprego e auxílio-doença (Marcelo Camargo/ABr)

DR

Da Redação

Publicado em 2 de março de 2015 às 13h48.

São Paulo - Representantes das centrais sindicais do país iniciaram há pouco manifestação em frente à sede da Superintendência Regional do Trabalho, na rua Martins Fontes, no centro da cidade de São Paulo, em protesto contra as mudanças no sistema de benefícios previdenciários. Cerca de 300 sindicalistas estão presentes, segundo a Polícia Militar. Já na avaliação das centrais, o número chega ao dobro disso.

Por volta das 10h30, eles passaram a ocupar as duas faixas de rolamento, impedindo a circulação de veículos no trecho que começa na Rua Álvaro de Carvalho até a esquina da rua Major Quedinho, provocando morosidade no trânsito.

Com bandeiras, balões infláveis e discursos em palaque improvisado, os sindicalistas dizem que os trabalhadores estão descontentes contra o teor das Medidas Provisórias (MPs) 664 e 665, que entraram em vigor hoje (2).

As Mps determinam novas regras para acesso a benefícios previdenciários como, por exemplo, abono salarial, seguro-desemprego e auxílio-doença. 

No caso do abono salarial e do seguro-desemprego, as medidas provisórias alongam a carência para que os trabalhadores tenham direito ao benefício. No caso de auxílio-doença, o prazo estabelecido para que as empresas assumam o pagamento do salário (antes do INSS), passa de 15 para 30 dias.  INSS. .

Para o secretário geral da Central Única dos Trabalhadores (CUT), Sérgio Nobre, as mudanças são “injustas e recessivas”. Ele disse que os segmentos de trabalhadores que apresentam alta rotatividade, como o comércio e a construção civil, são os mais prejudicados: muitos deles não conseguiram atingir o prazo de 18 meses de permanência no emprego, prazo mínimo exigido para acesso ao seguro-desemprego.

“O dinheiro obtido com o seguro-desemprego e o abono salarial vai para a compra da comida, do arroz, do feijão [e outras necessidades básicas] e não para a compra de ações ou títulos do mercado financeiro”, disse Nobre. Segundo ele, enquanto quem compra carro popular paga o Imposto Sobre a Propriedade do Veículo (IPVA), os que compram lancha ou helicóptero ficam isentos do tributo.

O líder sindical informou que, esta semana, a CUT e outras centrais vão dialogar com os líderes partidários da Câmara dos Deputados e do Senado para tentar derrubar as MPs. Os sindicalistas esperam que, passado o prazo de validade das MPs, as medidas percam o seu efeito.

Já o presidente da Força Sindical, Miguel Torres, disse que mais de 8 milhões de trabalhadores que teriam direito ao seguro-desemprego ficarão de fora do benefício.

“São completamente injustas essas medidas, o governo alega distorção no sistema e para corrigir tem de taxar, isso é errado. Há outras medidas [que podem ser adotadas no lugar delas, por exemplo] taxação dde grandes fortunas, taxação sobre remessas de lucros etc”, disse.

Acompanhe tudo sobre:BenefíciosCentrais sindicaisLegislaçãoProtestosProtestos no BrasilSalários

Mais de Brasil

Chuvas fortes no Nordeste, ventos no Sul e calor em SP: veja a previsão do tempo para a semana

Moraes deve encaminhar esta semana o relatório sobre tentativa de golpe à PGR

Acidente com ônibus escolar deixa 17 mortos em Alagoas

Dino determina que Prefeitura de SP cobre serviço funerário com valores de antes da privatização