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Centrais sindicais cobrarão compromisso de Dilma

No documento que será lido em palanque pelos sindicalistas, recheado de ataques à oposição e em especial à Aécio Neves, há também cobranças ao governo federal

Dilma: documento que centrais apresentarão à Dilma hoje ataca o PSDB (Marcelo Camargo/Agência Brasil)

Dilma: documento que centrais apresentarão à Dilma hoje ataca o PSDB (Marcelo Camargo/Agência Brasil)

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Da Redação

Publicado em 7 de agosto de 2014 às 16h20.

Brasília - A presidente Dilma Rousseff receberá nesta quinta-feira em São Paulo o apoio de lideranças das seis maiores centrais sindicais do país, mas no documento que será lido em palanque pelos sindicalistas, recheado de ataques à oposição e em especial à Aécio Neves (PSDB-MG), há também cobranças ao governo federal.

O encontro acontecerá apenas algumas horas depois de seu principal opositor, o senador Aécio Neves (PSDB-MG), discursar com sindicalistas da Força Sindical em porta de fábrica também na capital paulista.

Obtido pelo jornal O Estado de S. Paulo, o documento afirma: "desde já, cobramos compromissos expresso com os trabalhadores e suas centrais representativas de que será efetivamente estabelecido um processo permanente de diálogo sobre estas e outras questões relativas ao mundo do trabalho no país".

Há um fato político importante por trás do documento. Ele é assinado pelos presidentes da CUT, UGT, CTB, NCST, CSB e pelo secretário-geral da Força Sindical, João Carlos Gonçalves.

Segunda maior central do país, a Força, com 1,1 mil sindicatos e quase 5 milhões de trabalhadores associados, está rachada: hoje cedo, sua liderança maior, o deputado federal Paulo Pereira da Silva, o Paulinho (SDD), estava ao lado de Aécio em um comício na porta da fábrica da Voith, em São Paulo.

Além de Paulinho, o presidente da Força, Miguel Torres, também apoia Aécio. Na Força, outros dois vice-presidentes estão com o tucano: Antônio Ramalho, que representa os operários na construção civil de São Paulo, e Melquíades Araújo, que lidera os trabalhadores em alimentação em Minas Gerais.

Divisão é a norma entre as centrais sindicais nas eleições de 2014. À exceção da CUT, majoritariamente com o PT, e da CSB (a menor das seis), que funciona como braço sindical do PMDB, nas demais entidades os rachas são comuns.

Além da Força, a UGT e a CTB também têm desenhos distintos. Seus presidentes estão com Dilma, mas integrantes das duas cúpulas estão com Eduardo Campos e Marina Silva, ambos do PSB.

Já na Nova Central (NCST) o apoio da direção está dividido entre os três principais candidatos (Dilma, Aécio e Eduardo Campos).

O documento que as centrais sindicais apresentarão à Dilma hoje no Ginásio da Portuguesa ataca o PSDB.

"Podemos dizer que o Brasil de Lula e Dilma é qualitativamente melhor e mais justo do que aquele da inflação, do desemprego, das crises econômicas, das políticas do FMI, da 'privataria' e da subserviência às políticas neoliberais", dizem os sindicalistas.

Assinam o documento o presidente da Central Única dos Trabalhadores (CUT), Vagner Freitas, da União Geral dos Trabalhadores (UGT), Ricardo Patah, da Nova Central (NCST), José Calixto, da Central dos Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil (CTB), Adilson Araújo, da Central dos Sindicatos Brasileiros (CSB), Antônio Neto, e João Carlos Gonçalves, o número 2 da Força Sindical.

O ato de hoje começou a ser organizado em reunião entre dissidentes da Força Sindical e o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, no Instituto Lula, há 40 dias.

Na reunião, antecipada pelo Estado, os líderes da Força demonstraram descontentamento com a aliança da central estava com Aécio Neves, e afirmaram o desejo de apoiar, publicamente, a campanha da presidente Dilma Rousseff.

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