As centrais sindicais consideram que a alta dos juros dificulta o setor produtivo (Germano Lüders/EXAME)
Da Redação
Publicado em 3 de março de 2011 às 17h52.
São Paulo – As duas principais centrais sindicais do país, a Central Única dos Trabalhadores (CUT) e a Força Sindical, consideraram que o crescimento de 7,5% do Produto Interno Bruto (PIB) em 2010, divulgado hoje (3), poderia ter sido ainda maior se o governo tivesse adotado uma taxa básica de juro menor.
“O PIB de 2010 poderia ser ainda melhor e mais exuberante se as taxas básicas de juros não permanecessem na estratosfera – como insiste o Banco Central, haja vista a alta registrada ontem”, afirmou a CUT em nota.
“O PIB poderia ser maior se as taxas de juros estivessem menores. O governo precisa entender que juros em patamares estratosféricos funcionam como uma trava para o setor produtivo. Infelizmente, os tecnocratas do governo insistem em se curvar ao capital especulativo. Somente no início deste governo tivemos duas altas consecutivas da taxa básica de juros”, disse, em nota, a Força Sindical.
Apesar da crítica, as centrais destacaram que a elevação do PIB foi consequência da postura do governo diante da crise econômica internacional, iniciada no final de 2008. "Se o Estado brasileiro tivesse recuado diante dos reflexos da crise econômica, como aconselharam diferentes analistas e consultores, e se, naquele mesmo período, o movimento sindical cutista não tivesse resistido às propostas de flexibilização de direitos trabalhistas, o crescimento de 7,5% do PIB em 2010 não teria acontecido”, afirmou a CUT.
“Vale lembrar que este PIB vigoroso é consequência das medidas anticíclicas adotadas pelo governo, após negociação com as centrais, que estimularam o consumo durante as incertezas econômicas em anos anteriores”, ressaltou a Força Sindical. Entre as medidas do governo estão, o reajuste do salário mínimo, a redução do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI), e a ampliação das parcelas do seguro-desemprego.
O PIB, que é a soma de todos os bens e serviços produzidos no país em um ano. De acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), que divulgou hoje os dados, o resultado de 2010 é maior resultado desde 1986, quando a economia também teve expansão de 7,5%.