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Centrais ameaçam ir à Justiça se governo não negociar mínimo

Presidente da Força Sindical, o deputado Paullinho disse que governo vai perder no Congresso se mantiver proposta de mínimo de R$ 540

O deputado Paulinho ameaçou ir a justiça se o governo não começar a negociar (Antonio Cruz/AGÊNCIA BRASIL)

O deputado Paulinho ameaçou ir a justiça se o governo não começar a negociar (Antonio Cruz/AGÊNCIA BRASIL)

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Da Redação

Publicado em 12 de janeiro de 2011 às 12h30.

Brasília - As centrais sindicais pretendem recorrer à Justiça na próxima terça-feira se o governo não abrir negociações, até segunda, com relação ao salário mínimo, ao reajuste dos aposentados, e à correção na tabela do Imposto de Renda, disse nesta quarta-feira o deputado Paulo Pereira da Silva (PDT-SP), presidente da Força Sindical.

Paulinho, que preside a Força Sindical, reuniu-se pela manhã no Palácio do Planalto com o ministro das Relações Institucionais, Luiz Sérgio, para apresentar a pauta de reivindicações.

As centrais querem que o governo aumente o salário mínimo para 580 reais, reajuste de 10 por cento para os aposentados, e a correção "pelo menos equivalente à inflação" da tabela do Imposto de Renda. O Orçamento para este ano foi aprovado com um piso de 540 reais.

Paulinho disse que se as conversas não começarem diretamente com a presidente Dilma Rousseff ou com um ministro designado por ela até segunda-feira, na próxima terça todas as centrais procurarão a Justiça Federal nos Estados para mover ações contra o governo por conta da não correção da tabela do IR.

"Se eles não corrigirem, isso é um confisco. Queremos pelo menos a correção de 6,43 por cento referente ao INPC", disse Paulinho a jornalistas ao deixar o Palácio do Planalto.

O deputado avalia que o governo vai perder no Congresso quando for votar a medida provisória que fixa o mínimo em 540 reais.

"Existe uma insatisfação da base com relação a cargos", disse ele fazendo referência aos recentes atritos entre o PT e o PMDB para nomeação de vagas para o segundo escalão do governo.

O governo vem argumentando que fixou o salário em 540 em respeito ao acordo informal que já fez com as centrais, que estabelece uma fórmula de cálculo dos ajuste considerando a inflação, e o crescimento do PIB de dois anos antes.

Paulinho, entretanto, argumentou que o acordo com o governo tem uma cláusula que prevê uma revisão dos termos a cada quatro anos, e segundo ele, esse prazo venceu em dezembro do ano passado.

As centrais sindicais reuniram-se na terça-feira em São Paulo para discutir o salário mínimo e, segundo o sindicalista, já enviaram uma carta a Dilma com as reivindicações.

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