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Centenas de pessoas protestam no Rio por morte de estudante

A família da jovem está disposta a denunciar o estado do RJ e reprovando o fato de a PM falar em "bala perdida" quando Eduarda recebeu 4 tiros

Violência policial: o prefeito do Rio de Janeiro, Marcelo Crivella, afirmou hoje que pretende implantar um projeto para blindar as escolas municipais localizadas em áreas de risco (Reprodução/Getty Images)

Violência policial: o prefeito do Rio de Janeiro, Marcelo Crivella, afirmou hoje que pretende implantar um projeto para blindar as escolas municipais localizadas em áreas de risco (Reprodução/Getty Images)

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EFE

Publicado em 31 de março de 2017 às 22h23.

Rio de Janeiro - Cerca de 200 pessoas protestaram nesta sexta-feira na porta da Escola Municipal Jornalista Escritor Daniel Piza, na Pavuna, Zona Norte do Rio de Janeiro, contra a morte da jovem Maria Eduarda Alves da Conceição, de 13 anos, atingida enquanto participava de uma aula de Educação Física.

"Alguém me diz que é mentira!" gritava Bianca Alves, a irmã da estudante, na frente do rastro de sangue ainda presente no pátio da escola.

Cercada pelas amigas de Duda, como era chamada, Bianca se permitiu entrar em um forte abraço com seu irmão, o pai e mãe da adolescente, esta última criticando a Polícia Militar: "A Polícia tirou a minha bebê!".

A família está disposta a denunciar o estado do Rio de Janeiro e reprovando o fato de a PM falar em "bala perdida" quando Eduarda recebeu quatro tiros, dois deles fatais.

"Como uma bala perdida, com quatro perfurações no corpo? Bala perdida é se fosse um tiro. Foi uma execução. Executaram dois meliantes e a minha irmã", afirmou o irmão da vítima, Uidison Alves.

O prefeito do Rio de Janeiro, Marcelo Crivella, afirmou hoje que pretende implantar um projeto para blindar as escolas municipais localizadas em áreas de risco. Segundo Crivella, uma argamassa especial nas paredes das escolas poderia servir de proteção.

Os muros da escola de Maria Eduarda amanheceram hoje pintados com frases contra da PM e contra o 41º Batalhão da Polícia Militar, situado no bairro de Irajá. No momento da morte da estudante, agentes do 41º Batalhão trocava tiros com traficantes nas proximidades da escola.

Imagens de celular mostraram dois policiais executando a sangue frio dois suspeitos que estavam no chão, supostamente feridos, algo que acendeu ainda mais os ânimos e que enfatizou a "guerra suja" entre a Polícia e os traficantes.

Até o momento, os dois agentes filmados executando os dois suspeitos feridos foram detidos e a Polícia Militar disse que vai investigar o caso.

Enquanto acontecia o protesto, a apenas cinco quilômetros, outros três menores, de 12, 13 e 14 anos, segundo a tia do mais novo, foram assassinados no bairro de Rocha Miranda, quando, de acordo com testemunhas, tentavam roubar um veículo.

De acordo com o Instituto de Segurança Pública (ISP), o número de mortes violentas no estado do Rio de Janeiro cresceu 28% em fevereiro se comparado com o mesmo mês do ano passado. Segundo o órgão, foram 481 registros em 2016 e 616 este ano.

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