População amarela: IBGE explica o motivo da queda de pessoas desse grupo étnico (Roberto Parizotti/Fotos Públicas)
Repórter de Brasil e Economia
Publicado em 22 de dezembro de 2023 às 12h40.
Última atualização em 22 de dezembro de 2023 às 14h17.
A população que se declara amarela diminuiu 59,2% nos últimos dez anos, segundo dados do Censo Demográfico 2022, divulgados nesta sexta-feira, 22, pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
O dado aponta que a proporção de 1,1% caiu para 0,4%, mesmo patamar observado em 1991 e 2000. Em números absolutos, a população amarela no Brasil passou de 2.084.288 para 850.130. Em comparação com os outros grupos étnico raciais, os amarelos tiveram o maior recuo, seguidos pelos brancos, com variação de 3,1%.
Segundo Leonardo Athias, analista do IBGE, a diminuição da população amarela está relacionada com a mudança adotada pelo instituto na coleta de dados de 2022. Caso o entrevistado se declarasse de cor ou raça amarela, o recenseador faria uma pergunta adicional padrão: “considera-se como cor ou raça amarela a pessoa de origem oriental: japonesa, chinesa, coreana. Você confirma sua escolha?”. Athias acredita que o novo procedimento concorreu para essa “mudança mais drástica" na proporção de pessoas que se declararam amarelas.
O Sudeste tem a maior proporção de população amarela, cerca de 0,7%. O Sul e Centro-Oeste, com 0,4%, igualaram a média do país. Nordeste (0,1%) e Norte (0,2%) tinham as menores proporções.
No recorte por estado, os maiores percentuais de população amarela está em São Paulo (1,2%), Paraná (0,9%) e Mato Grosso do Sul (0,7%). A maior parte das unidades da federação tem menos de 0,2% de pessoas amarelas, com destaque para Rio Grande do Sul e Piauí com (0,07% e 0,09%).
A população amarela não foi maioria em nenhum município e as suas maiores proporções foram de Assaí (PR), com 11,5%, Bastos (SP), com 10,3% e Uraí (PR), com 5,9%. Em 575 municípios do país não havia pessoas que se declararam amarelas.