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Celular fornece pistas sobre chacina de família na Espanha

Os investigadores acrescentaram que o jovem suspeito apresenta um perfil psicótico


	Espanha: a Guarda Civil afirmou ter "vários indícios inconquestáveis" de que François foi o autor material do crime
 (Divulgação / Guarda Civil da Espanha)

Espanha: a Guarda Civil afirmou ter "vários indícios inconquestáveis" de que François foi o autor material do crime (Divulgação / Guarda Civil da Espanha)

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Da Redação

Publicado em 14 de outubro de 2016 às 14h41.

O sobrinho da família brasileira morta e esquartejada na Espanha esteve na casa dos parentes no dia do crime, segundo a geolocalização do telefone celular do suspeito, informaram as autoridades locais.

"O celular desta pessoa, François Patrick Nogueira Gouveia, que o suposto autor desse terrível crime, esteve durante a tarde e a noite e a manhã seguinte no chalé no dia dos fatos", declarou aos jornalistas o delegado de Governo da região de Castilla-La Mancha, José Julián Gregorio.

A Guarda Civil afirmou na semana passada ter "vários indícios razoáveis e provas inconquestáveis" de que François foi o autor material do crime, sem que haja indícios de que tenha contado com cúmplices ou estivesse relacionado com o crime organizado.

Além disso, os investigadores acrescentaram que o jovem suspeito apresenta um perfil psicótico.

Entre os indícios citados, os investigadores apontaram que o sobrinho trocou apressadamente sua passagem de avião para voltar ao Brasil em 20 de setembro, dois dias depois da descoberta dos cadáveres.

Os quatro corpos dos membros da família originária da Paraíba, Marcos Campos Nogueira, sua esposa Janaína Santos Américo e os dois filhos do casal, de um e quatro anos, estavam em sacos plásticos, e os dois adultos, de 30 anos, foram esquartejados.

Eles foram achados em um chalé em Pioz, 60 km a leste de Madri no dia 18 de setembro. O sobrinho Marcos, de 19 anos, não era visto desde 17 de agosto, e os investigadores acreditam que o crime possa ter acontecido na tarde ou noite desse dia.

François mora na cidade de João Pessoa e, no momento, se encontra em liberdade.

A chancelaria espanhola pediu às autoridades brasileiras a detenção e a prisão preventiva do suspeito, já interrogado pela polícia de seu país.

O Brasil respondeu que, em virtude do tratado bilateral de extradição, não poderá entregar o sobrinho suspeito.

Mas solicitou todo o processo policial e judicial conduzido na Espanha para iniciar os trâmites de um processo penal no Brasil, segundo comunicado emitido nseta sexta-feira pelo Tribunal Superior de Justiça da região de Castilla-La Mancha, onde fica Pioz.

As autoridades espanholas não quiseram se aventurar no motivo do crime, afirmando que pode haver várias causas e que boa parte da investigação segue em segredo de justiça.

Segundo foi informado, o jovem tinha um passado violento (agrediu gravemente um professor no Brasil) e apresenta um perfil de "psicoticismo", marcado por seu egoísmo, narcisismo e "falta de apego à vida humana".

Viveu durante quatro meses com a família assassinada na região de Torrejón de Ardoz, muito próxima a Madri, onde Marcos Campos e sua família moraram antes de se mudar a Pioz.

Segundo a Guarda Civil, continuava vivendo naquela cidade e não tinha emprego. Seu tio Marcos era cozinheiro, e havia trabalhado anteriormente em outras cidades espanholas, como La Coruña e Valladolid.

Os investigadores afirmam que o suposto assassino abordou suas vítimas de maneira "sequencial", ou seja, não enfrentou todas ao mesmo tempo, e que um dos adultos estaria fora de casa quando ele entrou. avl/mck/pa/cn

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