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Celac: Lula se reunirá com oposição e governo da Venezuela em Bruxelas

Lula se encontrará com Gerardo Blyde, um dos principais negociadores da oposição venezuelana

Segundo a fonte, a intenção é manter um diálogo democrático com os representantes venezuelanos em um contexto eleitoral que se aproxima (EMMANUEL DUNAND/Getty Images)

Segundo a fonte, a intenção é manter um diálogo democrático com os representantes venezuelanos em um contexto eleitoral que se aproxima (EMMANUEL DUNAND/Getty Images)

Estadão Conteúdo
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Agência de notícias

Publicado em 17 de julho de 2023 às 15h54.

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva vai se reunir nesta segunda-feira, 17, com a oposição e com o governo da Venezuela, segundo informou uma fonte do governo ao Estadão. O encontro acontecerá durante a 3ª cúpula entre a Comunidade de Estados Latino-Americanos e Caribenhos (Celac) e a União Europeia (UE), em Bruxelas, com participação dos governo da Colômbia, da França e da Argentina.

O presidente Lula, bem como Emmanuel Macron, Alberto Fernández e Gustavo Petro se encontrarão com Gerardo Blyde, um dos principais negociadores da oposição venezuelana com a ditadura de Nicolás Maduro e com quem Celso Amorim, assessor especial da presidência e ex-chanceler, se reuniu em março quando viajou de surpresa para Caracas.

O líderes também se sentarão à mesa com Delcy Rodríguez, vice-presidente e a mais alta represente do governo venezuelano na cúpula. Segundo a fonte, a intenção é manter um diálogo democrático com os representantes venezuelanos em um contexto eleitoral que se aproxima.

Eleições na Venezuela

A Venezuela terá eleições presidenciais em 2024, porém, três dos principais candidatos da oposição tiveram suas candidaturas inabilitadas. No fim de junho, a ditadura de Maduro tornou inelegível por 15 anos María Corina Machado, uma das pré-candidatas favoritas. Ela se junta a outros dois nomes importantes da oposição que já haviam sido barrado da disputa eleitoral: Juan Guaidó e Henrique Capriles.

O governo Lula não se pronunciou sobre a inabilitação de María Corina Machado, mas disse ao Estadão na semana passada que vai manter a disposição de diálogo de alto nível com Maduro.

O tema da Venezuela não constava na agenda oficial da cúpula, que ocorre nestas segunda e terça-feiras, mas já era uma possibilidade desde que o Parlamento Europeu aprovou uma condenação à suspensão “arbitrária e inconstitucional” de opositores de Maduro.

Em privado, diplomatas brasileiros admitiram que a inabilitação eleitoral de Corina Machado complica o reconhecimento de que as eleições nacionais em 2024 serão livres, justas e transparentes. O próprio governo Lula vinha nos bastidores cobrando Maduro a garantir igualdade de condições aos concorrentes no ano que vem.

Em sua única manifestação sobre o caso, o presidente Lula disse que não conhecia os detalhes do processo, em vez de sair em defesa do regime. Foi na última reunião de cúpula do Mercosul, em Puerto Iguazú, na Argentina, quando Lula admitiu “problemas”, dias depois de afirmar que o conceito de democracia era “relativo” e que Caracas promovia mais eleições do que o Brasil.

O governo e a oposição da Venezuela retomaram no ano passado as tentativas de diálogo no México com mediação da Noruega. O Brasil não atua no processo de diálogo. França, Colômbia e Argentina agiram para a retomada dos diálogos em novembro passado.

A vice-presidente venezuelana recebeu autorização para viajar à capital da Bélgica apesar de estar incluída na lista de sancionados do bloco europeu. Segundo autoridades diplomáticas, a permissão de Rodríguez permanecer no espaço europeu foi prorrogada para participar da cúpula, um precedente previsto no regulamento das sanções europeias.

Rodríguez foi incluída na lista de autoridades venezuelanas sancionadas em junho de 2018 e, desde então, estava proibida de entrar no espaço da UE. Sua inclusão, porém, foi motivada, segundo a UE, ao seu papel nas eleições presidenciais que aconteceram na Venezuela em maio daquele ano, nas quais Nicolás Maduro obteve um segundo mandato.

A reunião de Lula com as duas partes ocorre dias depois de a Venezuela afirmar não vai permitir entrada de observadores da UE nas eleições de 2024. “Nenhuma missão europeia de observação volta aqui, não voltam porque são rudes, porque são colonialistas”, afirmou o presidente da Assembleia Nacional da Venezuela, o chavista Jorge Rodríguez.

Após 15 anos, a UE enviou uma missão à Venezuela em 2021 para acompanhar as eleições regionais, destacando melhorias na legislação, mas também deficiências a serem superadas

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