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CCJ do Senado aprova Raquel Dodge para PGR por unanimidade

Em sabatina, que contou com senadores investigados na Lava Jato, Dodge disse que o combate às organizações criminosas continuará sendo prioridade

A carreira de 30 anos de Raquel Dodge no MPF foi marcada pela atuação na área criminal, tendo como um dos feitos comandar a equipe que conseguiu a prisão do então governador de Brasília, José Roberto Arruda (Marcelo Camargo/Agência Brasil)

A carreira de 30 anos de Raquel Dodge no MPF foi marcada pela atuação na área criminal, tendo como um dos feitos comandar a equipe que conseguiu a prisão do então governador de Brasília, José Roberto Arruda (Marcelo Camargo/Agência Brasil)

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Reuters

Publicado em 12 de julho de 2017 às 18h30.

Última atualização em 12 de julho de 2017 às 21h49.

BRASÍLIA (Reuters) - A Comissão de Constituição e Justiça do Senado aprovou nesta quarta-feira, por unanimidade, Raquel Dodge para o cargo de Procuradora-Geral da República.

Na sabatina, que contou com senadores que são investigados na Lava Jato, Raquel Dodge disse que o combate à corrupção e às organizações criminosas continuarão sendo prioridade do Ministério Público com ela no comando da PGR.

"A Operação Lava Jato e todas as outras a ela associadas mostraram que com a legislação que temos é possível ter resultados e de forma célere", disse na sessão.

"É preciso manter essa atuação e essa pauta de trabalho até que isso seja substituído por uma gestão honesta dos recursos públicos", acrescentou.

Ao falar sobre delação, a procuradora afirmou que o instrumento é essencial na investigação de organizações criminosas, mas que devem ser seguidos os limites determinados em lei. Entre eles, os que determinam o sigilo até o final das investigações e que os acordos não podem beneficiar líderes de organizações criminosas.

A ressalva pode ser interpretada como uma crítica velada ao atual procurador-geral da República, Rodrigo Janot, que tem pedido o levantamento do sigilo das delações antes das investigações dos casos gerados pelos delatores serem encerradas.

Raquel Dodge lembrou que o instrumento não é novo e que a novidade é a regulamentação feita sobre a delação.

"A novidade desse novo instituto é a extensão que o Congresso o regulamentou, estabelecendo condições para seu bom emprego. Por exemplo, o sigilo até que a linha de investigação seja concluída e o não beneficiar líderes de organização criminosa. É nesse limite que devemos usar", disse a procuradora.

Dodge foi a segunda colocada na lista tríplice apresentada pelo Ministério Público Federal ao presidente Michel Temer, e foi indicada por ele para assumir o cargo em substituição a Rodrigo Janot a partir de setembro deste ano.

Segundo uma fonte próxima a hoje subprocuradora disse à Reuters, Raquel Dodge quer imprimir um comando discreto à frente da PGR, mas com resultados concretos.

A carreira de 30 anos de Raquel Dodge no MPF foi marcada pela atuação na área criminal, tendo como um dos feitos comandar a equipe que conseguiu a prisão do então governador de Brasília, José Roberto Arruda, o primeiro a ser detido no exercício do cargo em 2010.

A expectativa é que ela convide para sua equipe procuradores com atuação criminal com quem atuou em Brasília quando ainda era procuradora regional da República. Fazem parte desse grupo a procuradora-chefe da Procuradoria Regional da República na Primeira Região, Raquel Branquinho, e os procuradores regionais Alexandre Camanho, ex-presidente da Associação Nacional dos Procuradores da República (ANPR), Alexandre Espinosa Bravo, José Alfredo de Paula Silva.

A confirmação de Raquel Dodge para o cargo tem que ser confirmada pelo plenário do Senado, o que poderia acontecer ainda nesta noite.

(Por Lisandra Paraguassu)

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