Brasil

CCJ aprova fatiamento da PEC do Orçamento Impositivo

Por um requerimento aprovado por 37 votos favoráveis e 22 contrários na comissão, o texto será dividido em dois


	Henrique Eduardo Alves: a PEC do Orçamento Impositivo é uma bandeira do presidente da Câmara
 (JBatista/Agência Câmara)

Henrique Eduardo Alves: a PEC do Orçamento Impositivo é uma bandeira do presidente da Câmara (JBatista/Agência Câmara)

DR

Da Redação

Publicado em 27 de novembro de 2013 às 14h33.

Brasília - Um racha na base aliada fez que a Proposta de Emenda à Constituição que torna obrigatória a execução de emendas parlamentares individuais - a PEC do Orçamento Impositivo - fosse desmembrada e fosse removido do texto a obrigatoriedade de a União atingir 15% da receita corrente líquida para a saúde.

A alegação do líder do Democratas, Ronaldo Caiado (GO), que liderou o movimento pela aprovação do fatiamento do texto na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) da Casa, é que tal qual veio do Senado a PEC destinaria recursos insuficientes para a saúde.

O porcentual representaria R$ 30 bilhões a menos do que a destinação de 10% da receita bruta, conforme prevê um projeto de lei em tramitação na Casa. Caiado argumentou também que o governo teria como se valer das emendas parlamentares para atingir o porcentual mínimo de aportes na área.

Por um requerimento aprovado por 37 votos favoráveis e 22 contrários na comissão, o texto será dividido em dois: um que obriga o pagamento de emendas parlamentares individuais - separando 50% para a saúde - e outro que trata do porcentual mínimo a ser investido pela União na área. O governo queria as duas coisas vinculadas para poder atingir a meta proposta fazendo uso das emendas e também de royalties do petróleo. "O governo queria fazer cortesia com o chapéu alheio", criticou o líder do DEM.

A PEC do Orçamento Impositivo é uma bandeira do presidente da Câmara, Henrique Eduardo Alves (PMDB-RN), que atuou fortemente neste ano para vê-la aprovada. Depois de passar pelo crivo dos deputados, ela seguiu para o Senado, onde sofreu as alterações que tratam da saúde e retornou para a Câmara.

Alves afirmou que a decisão da Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) de fatiar a PEC do Orçamento Impositivo "deve ser um complicador" para a aprovação da proposta ainda este ano. Alves disse que vai analisar quais as consequências para a tramitação. "Deve ser um complicador, mas ainda vamos analisar o que fazer", disse.

Desmembradas na CCJ, as duas PECs deverão ser renumeradas pela Mesa Diretora da Câmara e voltarão para a comissão. Em seguida, serão analisadas por colegiados especiais distintos, antes de irem a plenário. A ideia do grupo liderado por Caiado é tocar adiante apenas a que obriga a União a executar as emendas, a do Orçamento Impositivo, com o objetivo de vê-la promulgada ainda neste ano. A ideia de ver aprovada apenas a obrigatoriedade é rechaçada pelo PT.

Apenas PT, PMDB e PR atuaram para tentar manter unidos os dois temas, mas eles não tiveram força contra a oposição aliada às dissidências da base. "A posição do Caiado é a de não levar recursos para a saúde", acusou o líder do PT na Câmara, José Guimarães (CE), para quem o fatiamento leva a PEC a uma "zona cinzenta".

Acompanhe tudo sobre:Câmara dos DeputadosHenrique AlvesLegislaçãoMDB – Movimento Democrático BrasileiroOrçamento federalPolítica no BrasilPolíticosPolíticos brasileiros

Mais de Brasil

Banco Central comunica vazamento de dados de 150 chaves Pix cadastradas na Shopee

Poluição do ar em Brasília cresceu 350 vezes durante incêndio

Bruno Reis tem 63,3% e Geraldo Júnior, 10,7%, em Salvador, aponta pesquisa Futura

Em meio a concessões e de olho em receita, CPTM vai oferecer serviços para empresas