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CCJ abre sessão para discutir parecer da denúncia contra Temer

Estratégia de deputados alinhados com o governo é discutir o parecer e tentar acelerar a votação do texto do deputado Bonifácio Andrada (PSDB-MG)

CCJ: até as 9h55, a lista de inscritos para falar contabilizava 21 deputados a favor do julgamento pelo STF (Pedro França/Agência Senado)

CCJ: até as 9h55, a lista de inscritos para falar contabilizava 21 deputados a favor do julgamento pelo STF (Pedro França/Agência Senado)

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Reuters

Publicado em 17 de outubro de 2017 às 11h18.

Última atualização em 17 de outubro de 2017 às 11h21.

Brasília - A Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) da Câmara abriu na manhã desta terça-feira a sessão para discutir o parecer do deputado Bonifácio Andrada (PSDB-MG) favorável à rejeição do prosseguimento da segunda denúncia contra o presidente Michel Temer.

A estratégia de deputados alinhados com o governo é discutir o parecer e tentar acelerar a votação do texto de Bonifácio na CCJ, possivelmente evitando fazer pronunciamentos para encurtar a sessão.

Até as 9h55, a lista de inscritos para falar contabilizava 21 deputados para se manifestarem pela autorização para que o Supremo Tribunal Federal (STF) julgue a denúncia e apenas um contra, Pedro Fernandes (PTB-MA).

Contudo, a lista fica aberta durante a sessão, que começou com atraso de 33 minutos, para novas inscrições até que a CCJ decida encerrar a fase de debates e começar a votação.

No início da reunião o deputado Alessandro Molon (Rede-RJ) deverá apresentar um requerimento questionando a contagem das duas sessões do plenário da Câmara após a concessão de vista coletiva na semana passada do parecer apresentado pelo relator na semana passada.

A segunda sessão de contagem do prazo do plenário, ocorrida nesta manhã, durou três minutos.

Polêmica

A reunião ocorre após a polêmica envolvendo o presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), e o advogado de Temer, Eduardo Carnelós, a respeito da divulgação de vídeos da delação do empresário Lúcio Funaro, enviados pelo STF para instruir o caso.

Carnelós havia chamado de "criminoso" o "vazamento" da gravação, que estava no site da Câmara desde o final de setembro. O advogado de Temer, contudo, depois se retratou de suas declarações por não saber que o material estava no endereço eletrônico da Casa.

Maia chamou o defensor de Temer de "incompetente" e "irresponsável". Posteriormente, o ministro Edson Fachin, do Supremo, informou pela assessoria que o sigilo da delação de Funaro não havia sido retirado. Isso significa que todo o material ligado a ele permanece sob segredo de Justiça e não deveria ter sido divulgado pela Câmara.

O governo atuou nos últimos dias para colocar panos quentes nesse debate e tentar votar o parecer na CCJ até quinta-feira e, no plenário da Câmara, na próxima semana.

Um dos principais deputados da tropa de choque do governo, Carlos Marun (PMDB-MS) minimizou o clima de confronto. Ele disse que a relação entre Maia e Temer é positiva e a polêmica não atrapalha.

"Não vai interferir negativamente", disse Marun, ao classificar como "mal-entendido" a polêmica diante do que classificou de "esculhambação tão grande" de vazamento de informações.

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