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Castro anuncia parceria com governo Lula contra o crime organizado no Rio

Após megaoperação que resultou em mais de 100 mortes, o governo do Rio e Federal vão criar escritório conjunto de combate ao crime; Lewandowski anunciou também suporte da PF

Cláudio Castro: governador do Rio anunciou criaçao de escritório conjunto com o governo federal para o combate do crime organizado (Pablo PORCIUNCULA/AFP)

Cláudio Castro: governador do Rio anunciou criaçao de escritório conjunto com o governo federal para o combate do crime organizado (Pablo PORCIUNCULA/AFP)

Mateus Omena
Mateus Omena

Repórter

Publicado em 29 de outubro de 2025 às 19h28.

Última atualização em 29 de outubro de 2025 às 21h03.

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O governador do Rio de Janeiro, Cláudio Castro, anunciou nesta quarta-feira, 29, que fechou parceria com o governo federal para combater o crime organizado, após a megaoperação das polícias Civil e Militar contra o Comando Vermelho nesta terça-feira.

A ação foi informada pelo governador em coletiva de imprensa no Palácio Guanabara, ao lado do ministro da Justiça e Segurança Pública, Ricardo Lewandowski, que está no Rio para acompanhar a situação.

A megaoperação no Rio de Janeiro resultou em 121 mortos, segundo registro divulgado nesta tarde pelo governo do estado. A pauta de discussões agora envolve a possibilidade de ações conjuntas entre os governos estadual e federal para enfrentar o crime organizado.

Segundo Cláudio Castro, houve uma boa conversa com o ministro e ambos chegaram a um acordo para a instalação de um escritório focado no combate e monitoramento de facções criminosas.

“Tivemos um diálogo importante. Se o problema é nacional, o Rio de Janeiro é um dos principais focos. Daqui saiu uma proposta concreta: a criação de um Escritório Emergencial de Enfrentamento ao Crime Organizado”, disse Castro.

De acordo com o governador, o novo escritório será coordenado por representantes do governo do estado e do governo federal. “A ideia é que nossas ações sejam 100% integradas a partir de agora, inclusive para vencermos possíveis burocracias. Vamos integrar inteligências, respeitar as competências de cada órgão, mas pensando em derrubar barreiras para, de fato, fazer segurança pública”, completou.

Suporte de profissionais e medidas de segurança

Durante o pronunciamento, Ricardo Lewandowski declarou que o governo de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) vai apoiar o Rio de Janeiro com profissionais especializados para fortalecer as investigações e ações de segurança pública.

“Colocamos à disposição do governador e das autoridades de segurança peritos criminais que podem ser mobilizados pela Força Nacional e também de outros estados. Médicos legistas, odontólogos, peritos. Também temos bancos de dados no que diz respeito a DNA, balística, tudo isso estamos colocando à disposição do governador”, detalhou o ministro.

Lewandowski reforçou a gravidade da situação da segurança pública no Rio e que o governo federal está disposto a investir no enfrentamento do crime organizado no estado.

"Estamos enfrentando um problema muito sério, não só aqui no Rio de Janeiro, mas que se espalha por todo o país. Por isso, vamos reunir todos os nossos esforços, investir recursos materiais e humanos para enfrentá-lo da forma mais coordenada possível. Claro que essas forças-tarefa, esses escritórios, surgem por um tempo, são emergenciais. Mas, tendo em vista o empenho de todos nós, teremos em breve bons resultados".

Apoio da Polícia Federal

Ricardo Lewandowski anunciou também que o governo federal vai aumentar o número de agentes da Polícia Federal (PF) e da Força Nacional no Rio de Janeiro diante da emergência.

Segundo o ministro, essa ação será feita seguindo as solicitações de Cláudio Castro de apoio na segurança pública, enquanto o governo federal tomará as medidas necessárias.

“Durante a crise, já aumentamos o efetivo da Polícia Federal no entorno da capital em pelo menos 50 integrantes. Em breve, enviaremos outro número equivalente. Claro que temos um número relativamente pequeno para patrulhar todo o território, mas, nesta situação de emergência, vamos ampliar. Também vamos aumentar, dentro do possível, o número de integrantes da Força Nacional. O senhor governador certamente fará um pedido para que nós, dentro das nossas possibilidades, façamos isso. Essa é a rotina: o governador solicita, nós estimamos os números disponíveis e autorizamos o deslocamento dessas forças”.

Há possibilidade de GLO no Rio?

No final do pronunciamento, Lewandowski se manifestou sobre a possibilidade de uma operação de Garantia da Lei e da Ordem (GLO) no Rio de Janeiro. O ministro esclareceu que o Planalto ainda não tem posição definida sobre o tema, mas acompanha a situação à distância.

“Não há nenhuma posição do governo federal contra ou a favor da GLO. Estamos acompanhando à distância e oferecendo ajuda dentro da nossa competência. Não excluímos nem recomendamos a medida, tudo depende das circunstâncias e do próprio governador”.

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