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Casos de malária sobem no Rio, mas autoridades negam surto

Os locais de infecção são os municípios de Miguel Pereira (três), Nova Friburgo (dois), Petrópolis (dois) e Teresópolis (um)


	Mosquito que transmite a nalária: até o momento, casos registrados apresentam versão branda da doença
 (Getty Images/Reprodução)

Mosquito que transmite a nalária: até o momento, casos registrados apresentam versão branda da doença (Getty Images/Reprodução)

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Da Redação

Publicado em 25 de fevereiro de 2015 às 20h28.

O Rio de Janeiro registrou 14 casos de malária nas últimas três semanas, todos na região serrana.

De acordo com a Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), até então o número de casos no estado entre 2008 e 2014 chegava a 15.

Apesar do aumento, a Secretaria de Estado de Saúde informou não haver evidências de surto da doença.

Os locais de infecção são os municípios de Miguel Pereira (três), Nova Friburgo (dois), Petrópolis (dois) e Teresópolis (um).

A origem de mais seis casos já confirmados permanece em investigação, segundo a secretaria.

Não há mortes confirmadas, e, até o momento, os casos registrados apresentam a versão branda da doença.

Os pacientes com malária na região serrana foram contaminados no local, ou seja, não vieram infectados de outros lugares.

São os chamados casos autóctones, informou a secretaria.

A investigação e monitoramento dos casos autóctones da Mata Atlântica do Rio vem sendo feita desde 2008 pelo Laboratório de Pesquisa em Malária e Laboratório de Transmissores de Hematozoários do Instituto Oswaldo Cruz (IOC/Fiocruz), integrantes do Centro de Pesquisa Diagnóstico e Treinamento em Malária da Fiocruz (CPD-Mal).

A fundação, em parceria com o Hospital Universitário Clementino Fraga Filho, da Universidade Federal do Rio de Janeiro, está sequenciando o genoma do plasmódio encontrado na Mata Atlântica.

O objetivo é identificar a origem do parasita e o envolvimento de outros animais, como macacos, no ciclo de transmissão, para então traçar estratégias de combate à doença na região.

A situação de alerta é direcionada para as pessoas que irão visitar as regiões próximas à Mata Atlântica, devido ao forte calor, que favorece o desenvolvimento do mosquito.

Como a transmissão ocorre em ambiente silvestre, a orientação é que pessoas que estiveram nas áreas de Mata Atlântica e apresentam quadro febril busquem atendimento médico, informando o histórico de viagem, para facilitar o diagnóstico e o início de tratamento adequado.

Segundo o Ministério da Saúde, a Amazônia concentra mais de 99% do total de casos de malária no país, inclusive, os mais graves.

No Rio, a doença apresenta sintomas leves, sem complicações. O tratamento é de três dias com medicamentos distribuídos pelo próprio ministério.

Como a malária não é endêmica no estado do Rio, muitos profissionais de saúde não conseguem diagnosticar a doença de imediato. 

A Fiocruz alertou para a existência de um serviço disponível para profissionais de saúde que necessitam de informações a fim de um diagnóstico preciso da doença. Eles podem ligar para o Malária-Fone (21-9988-0113).

Pacientes com suspeita de infecção no Rio devem ser encaminhados a um centro especializado no diagnóstico e tratamento de doentes com malária, mesmo que não haja confirmação da doença nos primeiros exames diretos ou no teste rápido.

O Instituto Nacional de Infectologia Evandro Chagas (INI/Fiocruz), na Avenida Brasil, tem uma equipe especializada no diagnóstico e tratamento da malária.

De acordo com o Ministério da Saúde, em 2013, o Brasil registrou o menor número de casos de malária dos últimos 33 anos, com 178.614 notificações.

Ele representa queda de 71% comparado aos 615.246 casos registrados no ano 2000.

A Incidência Parasitária Anual (IPA), que mensura o risco de se contrair malária, reduziu na região amazônica quase 80% no mesmo período, passando de 29,4 casos por mil habitantes, em 2000, para 6,3 em 2013, alterando a situação do país de médio para baixo risco em contrair malária.

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