Estupro: na capital, os estupros subiram 22,28% no mês, o que representa um acréscimo de 41 registros (foto/Thinkstock)
Agência Brasil
Publicado em 27 de junho de 2017 às 06h47.
Os crimes de estupro, latrocínio, roubos em geral e roubos de carga aumentaram no estado e na cidade de São Paulo em maio deste ano na comparação com o mesmo mês do ano passado, segundo as estatísticas criminais divulgadas pela Secretaria de Segurança Pública do estado (SSP) na tarde de hoje (26).
Já os homicídios dolosos caíram tanto no estado como na capital, considerando o mesmo período de comparação.
Foram registrados 943 casos de estupro em maio deste ano, o que representa aumento de 38,07% em comparação com o mesmo mês de 2016 ou 260 ocorrências a mais do que no ano passado.
Na capital, os estupros subiram 22,28% no mês, o que representa um acréscimo de 41 registros.
O secretário de Segurança Pública de São Paulo, Mágino Alves, atribuiu o aumento no número de estupros ao aumento das notificações. "A gente tem observado uma notificação maior também em crimes cometidos contra as mulheres, principalmente no transporte coletivo, importunação ofensiva ao pudor, que são crimes que a gente sabe que ocorrem com uma certa frequência, mas que não eram notificados", disse.
Alves acrescentou que é importante que haja a notificação para poder mapear melhor o estupro que não ocorre na relação de parentesco ou de relacionamento próximo entre as pessoas.
"Este é o crime que nós temos uma condição mais efetiva de combater". Segundo ele, cerca de 80% dos estupros são cometidos entre pessoas que se conhecem e isso torna mais difícil o combate a esse tipo de crime.
De acordo com o secretário, cursos de capacitação e de atualização para policiais civis e militares estão sendo feitos para que os agentes possam acolher melhor as vítimas e combater o crime de estupro.
Já os latrocínios, no estado, aumentaram 3,23% no mês, passando de 31 (em 2016) para 32 ocorrências (em 2017). O número de vítimas deste crime subiu 6,45%, de 31 para 33.
Na capital, os latrocínios aumentaram 50%, de 10 para 15 casos. O número de vítimas de latrocínio foi igual ao de casos na cidade.
Os roubos em geral tiveram aumento de 6,3% no estado, passando de 26.690 para 28.372. Já o roubo de cargas chegou a 939 casos, o que representa aumento de 37,28% em maio deste ano.
Foram 255 ocorrências a mais que em 2016. Na cidade, os roubos em geral aumentaram 9,06%, passando de 12.843 para 14.007, e o roubo de cargas aumentou 31,82%, ou seja, um acréscimo de 119 casos.
De acordo com o secretário, os roubos de carga registrados pela secretaria são crimes de "ocasião" e não atingem, em sua maioria, cargas valiosas.
"Mesmo tendo esse aumento no roubo de cargas, é completamente diferente daquele sequestro das empresas transportadoras que, em alguns estados, está impedindo as atividades de transporte dessas empresas. Isso não está acontecendo em São Paulo".
Entre as dificuldades para combater roubos de cargas, o secretário citou o fato de haver uma concentração de entregas em período noturno e de serem crimes de "oportunidade" em sua maioria.
No estado, o número de homicídio doloso diminuiu 5,15% em maio deste ano em relação ao mesmo mês do ano passado, passando de 272 para 258 casos. O número de vítimas deste crime teve leve queda de 1,8%, de 278 para 273.
A capital teve redução de 29,69% nos casos de homicídio doloso, passando de 64 para 45. O número de vítimas caiu 21,88%, de 64 para 50. Segundo a secretaria, a quantidade de casos de homicídio doloso e de vítimas deste crime, no estado e na capital, são os menores da série histórica, iniciada em 2001.
Os índices de roubo e furto de carros apresentaram queda no estado. Os roubos de carro caíram 6,85%, de 6.302 para 5.870, e os furtos tiveram queda de 1,18%, passando de 9.518 para 9.406. Na capital, houve queda de 11,67% nos roubos (3.076 para 2.717) e aumento de 0,86% nos furtos, com 33 casos mais que no ano anterior.
Houve, no estado, 17.255 prisões feitas em maio deste ano, que, segundo a secretaria, é um recorde na série histórica. No mesmo mês do ano passado, foram 16.611 prisões. Os flagrantes de tráfico de drogas aumentaram 6%, passando de 4.066 para 4.310.
Na capital, foram 3.753 prisões neste ano - número também recorde na série histórica -, diante de 3.558 no ano passado A quantidade de armas de fogo apreendidas na cidade aumentou 10%, de 307 para 338.
Questionado sobre a relação entre a dificuldade de se acabar com a Cracolândia e a presença do Primeiro Comando da Capital (PCC) no tráfico da região, o secretário Mágino Alves disse que não existe mais a prevalência de uma organização criminosa no local após as operações policiais.
"É lógico que, quando você realiza operações policias do porte que nós realizamos, quando você reduz em dois terços o tamanho dos frequentadores de um local onde estavam consumindo [drogas] a céu aberto, onde se fazia venda a céu a aberto de entorpecentes de maneira quase livre, é lógico que você incomoda o tráfico, mas isso não quer dizer que há prevalência de uma ou outra [organização criminosa]".
O secretário disse que a presença policial na região da Nova Luz vai continuar e que isso "propicia o trabalho adequado dos assistentes sociais e do serviço médico tanto da prefeitura como do governo do estado".