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Brasil passa os 2 milhões de casos de covid-19 e infecções ainda crescem

Segundo o consórcio de imprensa, país chega ao patamar histórico 27 dias depois de registrar 1 milhão de infectados

Rio de Janeiro: mercado de Madureira fica lotado depois da reabertura da capital fluminense. (Andre Coelho/Getty Images)

Rio de Janeiro: mercado de Madureira fica lotado depois da reabertura da capital fluminense. (Andre Coelho/Getty Images)

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Clara Cerioni

Publicado em 16 de julho de 2020 às 20h05.

Última atualização em 16 de julho de 2020 às 21h12.

O Brasil ultrapassou a marca de 2 milhões de casos confirmados de covid-19 nesta quinta-feira, 16, segundo levantamento do consórcio de imprensa junto às secretarias estaduais de Saúde.

O balanço, atualizado às 20 horas, mostra que o país tem um total de 2.014.738 infectados e 76.822 mortes causadas pelo coronavírus.

O consórcio de veículos reúne UOL, Folha de S.Paulo, O Estado de S. Paulo, O Globo, G1 e Extra.

Para ter uma ideia do tamanho da pandemia, é como se toda a população da cidade de Curitiba, capital do Paraná, já tivesse a doença.

Com o primeiro caso confirmado em fevereiro, foram três meses para chegar a 500.000 casos, no dia 31 de maio. Menos de um mês depois, esse número foi para 1 milhão, e 27 dias após esse patamar, o Brasil registra mais de 2 milhões de infectados.

Somente no período de um dia, foram registrados 1.299 óbitos e 43.829 testes reagentes para o SARS-CoV-2. A média móvel, que contabiliza os últimos sete dias, está em 1.081 confirmações de óbitos e 36.519 casos a cada 24 horas.

"Como a epidemia se distribui desigualmente no espaço geográfico, o número de casos no Brasil está alto e estamos em um platô no número de mortos elevadíssimo, de mais de 1.000 mortes por dia, e isso nos preocupa muito", disse Roberto Medronho, professor na Faculdade de Medicina da Universidade Federal do Rio e Janeiro (UFRJ) e líder do Grupo de Trabalho Multidisciplinar para Enfrentamento da Covid-19 da UFRJ.

Esse número de confirmações diárias de casos está elevado desde maio. Quando se olha o acumulado por semana epidemiológica, considerada pelos pesquisadores a melhor maneira de analisar os dados, percebe-se uma tendência de estabilidade.

As semanas epidemiológicas são estabelecidas por convenção internacional para o controle e apuração de dados sobre uma epidemia ou pandemia. Sempre são contadas de domingo a sábado. Atualmente estamos na 29ª que começou no dia 12 de julho.

Entre a 27ª e a 28ª semana epidemiológica, a velocidade de contágio deu sinais de uma certa estabilidade, como mostra o gráfico abaixo.

 

Sul e Centro-Oeste enfrentam nova onda de contágio

Se no começo da pandemia as regiões Sudeste, Norte e Nordeste tinham grandes curvas de contágio, agora as regiões Sul e Centro-Oeste enfrentam um aumento de novos casos e de mortes, como indica o gráfico abaixo.

Após o número de casos triplicar em um mês, os governos do Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul adotaram medidas mais restritivas de circulação e voltaram a fechar setores da economia.

No Centro-Oeste, o problema é a taxa de ocupação dos leitos de UTI que beira os 100%. No Mato Grosso e Mato Grosso do Sul há risco de colapso do sistema de saúde e a taxa de isolamento nos estados dificilmente fica acima dos 40%. O recomendado pelo especialistas de saúde é de 70%.

Subnotificações

Mesmo com mais de 2 milhões de infectados, diversas pesquisas feitas no Brasil indicam que o tamanho da pandemia pode chegar a 8 milhões de casos. A maior delas é feita pela Universidade Federal de Pelotas e pelo Ministério da Saúde.

Um resultado preliminar foi apresentado no começo de julho pelos pesquisadores. As análises sugerem uma diferença de seis vezes entre o número de casos notificados oficialmente e a população com anticorpos.

O estudo aplicou testes diagnósticos e entrevistou 89.397 pessoas de 133 cidades do país. Foram cerca de 200 pessoas por município. Ainda faltam mais fases para confirmar o número.

Segundo país com mais casos e mortes

O Brasil é o segundo país com mais casos e mortes em todo o mundo. Só está atrás dos Estados Unidos que registram 3.483.832 infectados e 136.938 óbitos pela covid-19, segundo o Centro de Controle e Prevenção de Doenças (CDC, na sigla em inglês).

Depois de registrar queda de novas confirmações de casos por algumas semanas, o país voltou a bater recordes, coincidindo com a reabertura da economia. Somente nos últimos sete dias foram mais 431.799 casos, de acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS).

A Índia também voltou a registrar uma forte alta no contágio, após ter feito o maior lockdown do planeta. Na última semana ficou em terceiro lugar com mais confirmações de casos em todo o mundo, logo atrás do Brasil. De acordo com a OMS foram 201.580 novas contaminações em sete dias. O país asiático está muito perto de atingir 1 milhão de casos.

Em todo o mundo já são mais de 13,3 milhões de pessoas infectadas e 580.000 mortes.

(Com Reuters)

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