Chikungunya: médico considerou que aumento expressivo do número de casos ocorre porque grande parte da população do Rio ainda não foi afetada pelo vírus (Marvin Recinos / AFP/AFP)
Estadão Conteúdo
Publicado em 18 de abril de 2018 às 19h13.
Última atualização em 18 de abril de 2018 às 19h13.
O número de casos de chikungunya no estado do Rio de Janeiro praticamente triplicaram no primeiro trimestre deste ano, em comparação ao mesmo período de 2017.
De janeiro a março de 2018, foram registrados 4.262 casos, contra 1.585 casos no primeiro trimestre de 2017. Os números foram divulgados nesta quarta-feira (18) pela Secretaria Estadual de Saúde (SES).
O médico Alexandre Chieppe, da subsecretaria de Vigilância em Saúde da SES, considerou que o aumento expressivo do número de casos ocorre porque grande parte da população do Rio ainda não foi afetada pelo vírus da chikungunya, tornando as pessoas mais suscetíveis à doença.
Segundo ele, é preciso investir em prevenção e em campanhas de esclarecimento, pois o vetor é o mesmo da dengue: o mosquito Aedes aegypti. Os meses mais frios são ideais para a prevenção, quando cai a atividade do mosquito, para que os casos não explodam nos meses quentes.
Embora a letalidade de ambas doenças seja considerada baixa, em torno de 1%, Chieppe lembra que a chikungunya apresenta, em cerca de 30% dos infectados, complicações como dores articulares crônicas, que podem se prolongar por semanas, meses e até anos, prejudicando ou mesmo incapacitando a pessoa ao trabalho.
Chieppe lembrou que os sintomas iniciais de dengue e da chikungunya são muito semelhantes, com febre e dores no corpo, e que só um exame de sangue pode indicar, com segurança, o diagnóstico. “Na dúvida, é recomendado que o tratamento inicial seja o mesmo da dengue”, disse.
A população também deve fazer a sua parte, evitando o depósito de lixo em vias públicas, que acumulem água e sirvam à procriação do Aedes aegypti.Também é preciso combater o criatório do inseto dentro de casa, eliminando locais e recipientes com água parada.