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Caso metanol: Unicamp alerta para risco de falta de antídotos para intoxicação

De acordo com profissionais do Centro de Informação e Assistência Toxicológica (CIATox), é comum que a universidade 'zere' o estoque para disponibilizar o material para outros hospitais

Agência o Globo
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Publicado em 30 de setembro de 2025 às 16h27.

Última atualização em 30 de setembro de 2025 às 16h55.

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Com o avanço dos casos de intoxicação por metanol em SP — o governo do estado contabiliza neste momento cinco óbitos, sendo o total de 22 casos suspeitos — aumenta a preocupação com a falta de antídotos que possam debelar os efeitos da ingestão da substância química. O alerta foi feito por profissionais do Centro de Informação e Assistência Toxicológica (CIATox) ligado à Universidade de Campinas (Unicamp), referência nesse tipo de intoxicação.

É comum, afirmou o coordenador do Ciatox, Fabio Bucharetti, que o centro de assistência toxicológica "zere" seus estoques para ajudar outros hospitais que não tenham disponibilidade de material para lidar com intoxicações com metanol.

Em geral, utiliza-se etanol puro ou fomepizol (mais simples de manejar) para aplacar os efeitos do metanol no organismo. Em alguns casos, os pacientes precisam passar por hemodiálise para evitar que o metanol fique represado no organismo. O uso do etanol, alertou o especialista, tem de ocorrer o mais rápido possível.

— Pouca gente tem estoque em hospital. Muitas vezes a alternativa é utilizar uma bebida destilada por sonda até ter o antídoto. É o que recomendamos em algumas situações — afirmou.

Fabio Bucharetti afirmou que é fundamental que se aumente o estoque de fomepizol. Ele ainda afirmou que há poucas farmácias de manipulação que são capazes de preparar álcool puro.

Casos

O governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), confirmou nesta terça-feira, 30, a investigação de cinco mortes suspeitas por intoxicação com metanol — até então eram três casos. Ao todo, 22 ocorrências estão sendo apuradas pelas autoridades paulistas.

Além disso, Tarcísio anunciou a criação de um gabinete de crise e a interdição de todos os estabelecimentos que registraram casos suspeitos ou confirmados.

– Vamos ter um reforço da nossa área de comunicação para informar quais são os sintomas, quem a pessoa deve procurar quando sentir o sintoma, como ela deve proceder. Nossa rede de saúde, tanto municipal quanto estadual, estará estruturada para prestar assistência imediata. Além disso, a gente vai ter aqui o estabelecimento de canais de denúncia, a pessoa vai poder denunciar via disque 181, para a Secretaria de Segurança Pública. E o Procon também vai estabelecer um canal de denúncia rápido só para bebida adulterada — afirmou o governador durante coletiva sobre o caso, no Palácio dos Bandeirantes, na capital paulista.

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