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Moro pede que PGR apure menção a Bolsonaro em caso Marielle

No documento, ministro diz que pode ter ocorrido "eventual tentativa de envolvimento indevido do nome do presidente no crime

Bolsonaro e Moro: uma relação turbulenta (Alan Santos/PR/Flickr)

Bolsonaro e Moro: uma relação turbulenta (Alan Santos/PR/Flickr)

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Clara Cerioni

Publicado em 30 de outubro de 2019 às 12h15.

Última atualização em 30 de outubro de 2019 às 16h55.

São Paulo — O ministro da Justiça, Sergio Moro, acionou o Procurador-Geral da República, Augusto Aras, nesta quarta-feira (30) para abertura de um inquérito que apure as circunstâncias em que houve citação do nome do presidente Jair Bolsonaro nas investigações do assassinato de Marielle Franco.

No documento, o ministro diz que pode ter ocorrido "eventual tentativa de envolvimento indevido do nome do Presidente da República no crime em questão, o que pode configurar crimes de obstrução à Justiça, falso testemunho ou denunciação caluniosa".

Ele solicita que o PGR "requisite a instauração de inquérito para apuração, em conjunto, pelo Ministério Público Federal e Polícia Federal, perante a Justiça Federal, de todo o ocorrido e de todas as suas circunstâncias".

O pedido vem um dia após o Jornal Nacional revelar que a Polícia Civil do RJ descobriu que o acusado de estar dirigindo o carro que realizou os disparos contra a vereadora, em 14 de março, Élcio de Queiroz, entrou no condomínio Vivendas da Barras no dia em que a parlamentar foi assassinada, alegando que visitaria Jair Bolsonaro, à época deputado federal.

No dia do crime, o porteiro trabalhava na guarita que controla os acessos ao condomínio. Às 17h10 ele escreve no livro de visitantes o nome de quem entra, Élcio, o carro, um Logan, a placa, AGH 8202, e a casa que o visitante iria, a de número 58 — que pertence ao hoje presidente da República. O motorista, no entanto, desvia a rota e vai se encontrar com o acusado de fazer os disparos, Ronnie Lessa.

Apesar da citação, registros da Câmara dos Deputados mostram a presença de Bolsonaro em duas votações no plenário no dia, uma às 14h e outra às 20h30. Além dos registros, ele também postou vídeos de seu gabinete em Brasília nas redes sociais no mesmo dia.

Essa inconsistência revelada pela reportagem faz parte de um dos argumentos de Moro a Aras: A própria reportagem esclarece, porém, que, na referida data, o Exmo. Sr Presidente da República, então deputado federal, estava em Brasília, tendo registrado a sua presença em duas votações no Plenário da Câmara dos Deputados, com o que não poderia ter sido visitado na mesma data no Rio de Janeiro por referida pessoa", sustenta.

Leia o pedido de Moro na íntegra

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