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Casal suspeito de hackear autoridades vai prestar depoimento em Brasília

Segundo o advogado que defende Gustavo e a mulher, o casal "não tem nada a ver com a invasão do celular do procurador e do ministro"

Hackers: Polícia Federal deteve quatro suspeitos de realizarem as invasões nos celulares de Sergio Moro e Deltan Dallagnol nessa terça-feira (23) (Reuters/Reuters)

Hackers: Polícia Federal deteve quatro suspeitos de realizarem as invasões nos celulares de Sergio Moro e Deltan Dallagnol nessa terça-feira (23) (Reuters/Reuters)

EC

Estadão Conteúdo

Publicado em 24 de julho de 2019 às 12h19.

O casal de Araraquara (SP) preso na operação que apura a invasão dos celulares do ministro da Justiça, Sergio Moro, e do coordenador da Lava Jato, Deltan Dallagnol, irá prestar depoimento nesta quarta-feira, 24. na superintendência da Polícia Federal em Brasília.

Gustavo Henrique Elias Santos e sua mulher, Suellen Priscila de Oliveira, passaram a noite nas dependências da Polícia Federal no Aeroporto de Brasília. A pedido da defesa, a Polícia Federal adiou os depoimentos dos dois, que estava previsto para terça-feira (23).

Segundo o advogado Ariovaldo Moreira, que defende Gustavo e a mulher, o casal "não tem nada a ver com a invasão do celular do procurador e do ministro".

Além do casal, detido em São Paulo, a PF prendeu nesta terça-feira Walter Delgatti Neto, em Araraquara. Há ainda um quarto preso, em Ribeirão Preto, ainda não identificado.

Os quatro suspeitos de hackear os celulares de autoridades foram transferidos para Brasília e levados para a Superintendência da PF do Distrito Federal. A ação, batizada de Operação Spoofing, foi determinada pelo juiz da 10.ª Vara Federal de Brasília, Vallisney de Souza Oliveira.

Eles chegaram por volta das 19h à capital federal e apenas dois permaneceram na carceragem da Superintendência por questão de espaço.

Investigação

A investigação sobre a invasão de telefones de autoridades, entre elas o do ministro Sérgio Moro (Justiça e Segurança Pública) e do procurador da República Deltan Dallagnol, indica que centenas de celulares foram hackeados ou sofreram tentativas de hackeamento, em uma ação “muito além da Lava Jato”.

Quatro suspeitos de realizarem as invasões foram detidos nesta terça-feira, 23, pela Operação Spoofing da Polícia Federal – entre eles Walter Delgatti Neto, Gustavo Santos e Suellen Priscila de Oliveira. Os presos foram transferidos para Brasília.

Além dos mandados de prisão temporária, os agentes federais cumpriram ordens de busca e apreensão em São Paulo, Araraquara e Ribeirão Preto, cidades do interior paulista. A ação, que apreendeu ainda significativa quantidade de dinheiro em espécie, foi determinada pelo juiz da 10ª Vara Federal de Brasília, Vallisney de Souza Oliveira.

O inquérito sobre a ação de hackers é mantido em sigilo e está sendo conduzido pelo delegado Luiz Flávio Zampronha, que investigou o esquema do mensalão.

O mandado de buscas indica que desembargador federal Abel Gomes, do Tribunal Regional Federal da 2ª Região (TRF-2), no Rio, o juiz Flávio Lucas, da 18ª Vara Federal do Rio, e os delegados da PF Rafael Fernandes, em São Paulo, e Flávio Vieitez Reis, em Campinas (SP), também teriam sido alvo de hackers.

Em junho, o jornal O Estado de S. Paulo revelou que, além de Moro e Deltan, pelo menos outras oito autoridades que atuam ou atuaram em investigações ligadas à Operação Lava Jato em quatro Estados e um jornalista foram alvo de tentativas ou invasão por parte de hackers. Integrantes do Conselho Nacional do Ministério Público (CNMP) também foram alvo de ataque.

Também nesta terça-feira, a PF informou que vai investigar a suspeita de invasão nos aparelhos celulares do ministro da Economia, Paulo Guedes, e da deputada Joice Hasselmann (PSL-SP).

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