Uberlândia - O procurador-geral da República, Rodrigo Janot, confirmou nesta sexta-feira, 27, que tem sua segurança ameaçada. Ele afirmou que há "fatos concretos" que o obrigam a adotar medidas para garantir sua integridade física, mas disse não saber se o risco está relacionado com algum caso específico, como a Operação Lava Jato.
"Não sou uma pessoa assombrada. Mas alguns fatos concretos têm me levado a adotar algumas regras de contenção", disse Janot.
E citou como exemplo o arrombamento de sua casa no fim de janeiro passado, quando criminosos teriam ficado pelo menos oito minutos dentro de sua residência.
"Tinha lá uma pistola .40 com três carregadores, máquina fotográfica e tudo quanto é coisa de valor. E a única coisa que foi levada foi o controle do portão", revelou.
"Daí para cá, tenho recebido relatórios de inteligência. E nos relatórios últimos, parece que aumentou um pouquinho o nível de risco. Por isso as precauções", acrescentou.
Na próxima semana, o procurador-geral da República deve apresentar ao Supremo Tribunal Federal (STF) a lista de políticos que devem ser investigados por denúncia de envolvimento no esquema de desvio de recursos da Petrobras, apurado por meio da Operação Lava Jato.
Questionado se acredita que o risco que corre teria relação com o caso, Janot foi sucinto: "Não sei. Isso eu não posso dizer".
Ele esteve em Uberlândia, no Triângulo Mineiro, para participar de ato em repúdio ao atentando sofrido pelo promotor Marcos Vinícius Ribeiro Cunha, atingido por três tiros no último dia 21 em Monte Carmelo, no Alto Paranaíba, por causa de investigação que levou à cassação do mandato do ex-presidente da Câmara municipal Valdelei José de Oliveira.
Janot confirmou que viajou para o município mineiro em uma aeronave da Força Aérea Brasileira (FAB), evitando voo de carreira.
Essa foi uma das recomendações feitas pelo ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, em reunião não agendada previamente com o procurador-geral na quarta-feira, 25.
Segundo Janot, "com certeza" a reunião foi para falar sobre sua segurança.
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1. Os deputados da CPI das Petrobras que mais ganharam das empresas da Lava Jato nas eleições
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1/17 (Petrobras/Divulgação)
São Paulo - Dos 27 escolhidos para participar da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da
Petrobras, ao menos 13 tiveram parte de suas campanhas eleitorais financiadas por empresas investigadas no âmbito da
Operação Lava Jato, que apura esquema de
corrupção na estatal. Juntas,
Odebrecht,
Galvão Engenharia, Engevix,
Andrade Gutierrez,
UTC,
OAS e Toyo Setal doaram mais de 3,5 milhões de reais aos deputados federais que vão atuar na CPI que foi instalada nesta quinta-feira. Quase metade desse valor foi doado apenas para os deputados Hugo Motta (PMDB-PB) e Luiz Sérgio (PT-RJ), respectivamente presidente e relator da comissão. O aparente paradoxo gerou um debate acalorado no primeiro dia de trabalhos da CPI. O deputado Ivan Valente (PSOL-SP)
apresentou uma questão de ordem pedindo a destituição dos parlamentares que receberam doações das empresas investigadas. O pedido foi
rejeitado pela Câmara. "Não podemos criminalizar quem recebeu o financiamento legal para suas campanhas", disse o líder do PMDB, Leonardo Picciani (RJ). Esta é a terceira vez que o
Congresso instala uma CPI para investigar o esquema de corrupção na Petrobras. O objetivo, desta vez, é apurar as irregularidades ocorridas entre 2005 e 2015. Os trabalhos devem durar 120 dias, com a possibilidade de prorrogação de mais 60 dias. Veja, nas fotos, o ranking dos deputados da CPI das Petrobras que mais ganharam das empresas da Lava Jato nas eleições, segundo levantamento de EXAME.com com base nos dados divulgados pelas campanhas dos parlamentares.
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2. 1º - Luiz Sérgio (PT-RJ)
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2/17 (Divulgação)
O relator da CPI da Petrobras recebeu R$ 2.429.512,5 em doações nas eleições passadas. As empreiteiras da Lava Jato foram responsáveis por 40% deste total.
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3. 2º - Edio Lopes (PMDB-RR)
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3/17 (Divulgação/ Facebook Edio Lopes)
O deputado Edio Lopes recebeu R$ 2,4 milhões em doações nas eleições de 2014. As empreiteiras da Lava Jato foram responsáveis por 28% desse total.
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4. 3º - Hugo Motta (PMDB-PB)
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4/17 (Reprodução/Flickr/PMDB Nacional)
Aos 25 anos, Hugo Motta é o presidente da CPI da Petrobras. Nas eleições de 2014, ele recebeu R$ 742.259,17 em doações.As empreiteiras investigadas na Lava Jato foram responsáveis por 0,07% deste total.
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5. 4º - Júlio Delgado (PSB-MG)
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5/17 (Câmara dos Deputados/Arquivo)
O deputado Júlio Delgado ganhou R$ 1,7 milhão em doações de campanha no ano passado. As empreiteiras investigadas na Lava Jato foram responsáveis por 21% deste montante.
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6. 5. Antônio Imbassahy (PSDB-BA)
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6/17 (Gustavo Lima/Câmara dos Deputados/Reprodução)
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7. 6. Cacá Leão (PP-BA)
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7/17 (Divulgação/ Cacá Leão/Divulgação)
O deputado Cacá Leão recebeu mais de 2 milhões de reais em doações de campanha nas eleições passadas. As empreiteiras investigadas na Lava Jato foram responsáveis por 14% deste montante.
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8. 7. Paulinho da Força (PDT-SP)
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8/17 (Antonio Cruz/ABr)
O deputado Paulo Pereira da Silva recebeu mais de 2,8 milhões de reais em doações de campanha nas eleições passadas. As empreiteiras investigadas na Lava Jato foram responsáveis por 8% deste total.
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9. 8. Onyx Lorenzoni (DEM-RS)
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9/17 (Divulgação/ Onyx Lorenzoni)
O deputado Onyx Lorenzoni recebeu pouco mais de 2 milhões de reais em doações de campanha nas eleições passadas. As empreiteiras investigadas na Lava Jato foram responsáveis por quase 10% deste total.
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10. 9. João Carlos Bacelar (PR-BA)
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10/17 (Renato Araújo/ Agência Câmara)
O deputado João Carlos Bacelar recebeu pouco mais de 382 mil reais em doações de campanha nas eleições passadas. As empreiteiras investigadas na Lava Jato foram responsáveis por 27% deste total.
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11. 10. Félix Mendonça Júnior (PDT-BA)
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11/17 (Divulgação/ Facebook Félix Mendonça Júnior)
O deputado Félix Mendonça Júnior recebeu R$ 1,2 milhão em doações de campanha nas eleições passadas. As empreiteiras investigadas na Lava Jato foram responsáveis por 1,8% deste total.
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12. 11. Afonso Florence (PT-BA)
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12/17 (Agência Brasil)
O deputado Afonso Florence recebeu R$ 549,3 mil em doações de campanha nas eleições passadas. As empreiteiras investigadas na Lava Jato foram responsáveis por 2,9% deste total.
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13. 12 - Paulo Magalhães (PSD-BA)
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13/17 (Divulgação/ Renato Araujo)
O deputado Paulo Magalhães recebeu R$ 398.2 mil em doações de campanha nas eleições passadas. As empreiteiras investigadas na Lava Jato foram responsáveis por 1,3% deste total.
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14. 13 - Bruno Covas (PSDB-SP)
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14/17 (Divulgação)
O deputado Bruno Covas recebeu R$ 3,5 milhões em doações de campanha nas eleições passadas. As empreiteiras investigadas na Lava Jato foram responsáveis por 0,07% deste total.
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15. 14. Arnaldo Faria de Sá (PTB-SP)
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15/17 (Larissa Ponce/Câmara dos Deputados/Reprodução)
O deputado Arnaldo Faria de Sá recebeu R$ 1,9 milhão em doações de campanha nas eleições passadas. As empreiteiras investigadas na Lava Jato foram responsáveis por 0,12% deste total.
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16. 15. Marcelo Squassoni (PRB - SP)
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16/17 (Divulgação/Facebook)
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17. Veja agora quais são as 9 CPIs que podem começar no Congresso ainda este mês
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17/17 (Ueslei Marcelino/Reuters)