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Cármen Lúcia e Perillo discutem sobre crise prisional em Goiás

encontro ocorre no Tribunal de Justiça de Goiás (TJ-GO), com a participação do presidente da corte estadual e do prefeito de Aparecida de Goiânia

Cármen Lúcia: antes do início formal da reunião de trabalho, a ministra, o presidente da corte estadual e o governador conversaram por cerca de 40 minutos a portas fechadas (José Cruz/Agência Brasil)

Cármen Lúcia: antes do início formal da reunião de trabalho, a ministra, o presidente da corte estadual e o governador conversaram por cerca de 40 minutos a portas fechadas (José Cruz/Agência Brasil)

AB

Agência Brasil

Publicado em 8 de janeiro de 2018 às 11h28.

A presidente do Conselho Nacional de Justiça (CNJ) e do Supremo Tribunal Federal (STF), ministra Cárman Lúcia, está reunida na manhã de hoje (8), em Goiânia, com o governador de Goiás, Marconi Perillo, para discutir a crise no sistema carcerário do estado.

O encontro ocorre no Tribunal de Justiça de Goiás (TJ-GO), com a participação do desembargador Gilberto Marques Filho, presidente da corte estadual, e do prefeito de Aparecida de Goiânia, onde fica o Complexo Prisional palco de três rebeliões no início do ano. No primeiro motim, nove presos morreram e 14 ficaram feridos.

Antes do início formal da reunião de trabalho, a ministra, o presidente da corte estadual e o governador conversaram por cerca de 40 minutos a portas fechadas, no gabinete da presidência do TJGO.

A previsão inicial é que após a reunião de trabalho a ministra siga para a Colônia Agrícola, unidade de regime semiaberto do Complexo Prisional, para uma inspeção. A visita, entretanto, ainda deve ser confirmada e é possível que não ocorra, segundo a assessoria do CNJ.

Após os motins, que segundo informações de inteligência do estado de Goiás foram provocados por conflitos entre facções rivais, a Colônia Agroindustrial teve grande parte de suas instalações depredadas. A situação "precária" do local foi constatada na semana passada pelo desembargador Gilberto Marques, que foi ao local e produziu um relatório a pedido de Cármen Lúcia.

As mesmas condições "péssimas" das instalações já haviam sido apontadas em outro relatório, feito após inspeção do CNJ, em novembro do ano passado. Entre outros problemas, os presos relataram constantes cortes de água e luz, além da superlotação.

O Complexo Prisional de Aparecida de Goiânia possui cinco penitenciárias, entre unidades de regime fechado, semiaberto e de detenção provisória. A capacidade total, de 2,1 mil presos, esteira excedida em cerca de três vezes. Segundo dados do CNJ, o complexo encontra-se com mais de 5,8 mil detentos.

Somente na Colônia Agroindustrial, onde ocorreu o primeiro motim, 1.153 detentos ocupavam as instalações, projetada para 468. No fim de semana, a Justiça Federal acatou um pedido feito em ação civil pública pela seção goiana da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) e determinou a transferência de presos até que se chegue à capacidade prevista da unidade prisional.

O governo de Goiás disse que cumprirá "imediatamente" a decisão, tão logo o Ministério da Justiça indique as unidades federais que podem acolher os presos de maior periclosidade.

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